QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Em 1793, o texto da Carta da Câmara de Tamanduá,
querendo empurrar todos os acontecimentos para dentro do
Triângulo Goiano, referiu-se ao mesmíssimo episódio do Boa
Vista em Campos Gerais, registrando que “(...) os quais indo
em sete 1438 de agosto de 1760, abrindo estradas e fazendo
pontes picadas até a serra vertentes do rio Sapucaí, defronte
do destruído Quilombo do Ambrósio e formando um corpo
de quarenta homens armados os ditos chefes mandara acometer
o Quilombo do Canalho, o qual ficou reduzido a cinzas,
(...)” 1439 .
Ora, entre o Ambrósio II de Ibiá e o quilombo da Boa
Vista I ao sul de Campos Gerais, nas “vertentes do rio Sapucaí”,
havia: 1) o rio Grande; 2) os rios Formiga, Santana e
Lambari, afluentes direitos do rio Grande, além do Patos, Araras,
Piu-í e muitos outros; 3) a serra da Canastra, o rio São
Francisco e vários outros rios e ribeirões menores, além dos
rios Samburá, São Cristóvão, Bambuí etc. Portanto, está se
referindo a Cristais e não a Ibiá. Parece que todos os escritores
e pesquisadores – citados neste livro - que trataram do assunto,
também não se aperceberam destes detalhes.
E – Prova que as Relíquias do Ambrósio foram atacadas por
Diogo Bueno em 1758
É sabido que o capitão Diogo Bueno, cunhado de Bartolomeu
Bueno do Prado, não participou do ataque ao Ambrósio-II
em 1759. Luiz Gonzaga de Oliveira, repetindo a Carta
da Câmara de Tamanduá, registra que “Em 1758 - portanto
antes do desfecho da guerra de 1759 - o capitão Diogo Bueno
recebia ordens de 'entrar o Campogrande a destruir as Relíquias
do Quilombo do Ambrósio que ia principiando a engrossar-se
e a fazer-se temido” 1440 .
1438 O correto seria “vinte e sete”.
1439 Revista do Archivo Público Mineiro, Ano II, 1897, p. 386.
1440 História de Oliveira, p.38 e Carta da Câmara de Tamanduá, Revista do Archivo Público Mineiro, ano II,
1897, p. 386.
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