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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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834<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

marchas; e trezentos e sessenta e seis léguas de caminhos<br />

(...)” 2387 .<br />

Apesar da tentativa de insinuar a presença mineira e a<br />

ausência paulista no território esbulhado, a ata de Cláudio<br />

Manoel da Costa acaba deixando registros das variadas estradas,<br />

pontes, portos e picadas conectados a São Paulo que Luiz<br />

Diogo procurou impedir, destruir e fechar, senão vejamos: a)<br />

“não havia caminho algum que guiasse às <strong>Minas</strong> de Itajubá,<br />

senão atravessando dois dias pelo distrito de São Paulo”; b)<br />

“e saindo desviados do Arraial do Itajubá na distância de três<br />

léguas, encontrando o rio Sapucaí de fácil navegação em<br />

qualquer parte dele, (...) se achavam os contrabandistas em<br />

<strong>Minas</strong> e afora delas”; c) “mandando-se cegar aquela saída<br />

que em menos de um ano até ignorada ficaria, abrindo-se a<br />

dita estrada franca ao Registro de Capivari”; d) “E seguindo<br />

pela Juruoca ao sítio chamado de Francisco da Costa, nas<br />

vizinhanças da serra da Mantiqueira, (...) se tinham aberto<br />

picadas, (...) o conde de Bobadela, mandando-lhe embaraçar,<br />

desbarrancam a patrulhar a boca da picada, acharam que<br />

esta estava totalmente impedida” 2388 .<br />

Lembremo-nos, com a dra. Laura de Mello e Souza, de<br />

que quando juntava gente para perseguir os quilombolas, José<br />

Antônio Freire de Andrade enfrentou seríssimo problema de<br />

deserção, “pois as pessoas 'se haviam refugiado por casas,<br />

fazendas e lavras dos moradores desta capitania para não irem<br />

à dita expedição” 2389 .<br />

Evidente que o nascente povo mineiro não aprovara o<br />

esbulho e, muito menos, o morticínio aos quilombos do Sapucaí,<br />

tanto que tudo ocorreu sob segredo de Estado; tanto que o<br />

governo teve de se valer dos mercenários Diogo Bueno da<br />

Fonseca e Bartolomeu Bueno do Prado, assassinos e traidores<br />

de seu próprio povo paulista.<br />

2387 Verbete nº. 6714 do IMAR/MG, Cx. 84, Doc. 47, do AHU.<br />

2388 Verbete nº. 6714 do IMAR/MG, Cx. 84, Doc. 47, do AHU.<br />

2389 Desclassificados do Ouro, p. 171.

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