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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

“Este País, que pela sua grande extensão é quase deserto,<br />

está precisamente cheio de inumeráveis escravos pretos e<br />

mulatos, cada um dos quais é inimigo doméstico de todos os<br />

brancos. São quase tantos como estes os pardos e negros que<br />

ou nasceram forros ou se acham libertos e não é, neles, menor<br />

o ódio que nos têm, mas maior a soberba de que naturalmente<br />

são dotados. A pobreza e a dependência para com os<br />

brancos é que contém alguns deles na paz necessária para a<br />

nossa conservação e do Estado, porém como se formaram todos<br />

em companhias, dando-se-lhes oficiais das mesmas castas,<br />

justamente deve cercar-se que o livre uso das armas os<br />

faz atrevidos e poderosos, e que chegue tempo em que, unindo-se<br />

aos escravos seus semelhantes, rompam em algum excesso<br />

(...). Parecia justo que fossem sujeitos a oficiais brancos,<br />

por que o respeito, o temor destes, melhor os fará conter<br />

nos limites da sua obrigação, pelo que suplicamos a V. Majestade<br />

esta providência que talvez virá a ser útil à conservação<br />

do Estado. Vila de S. João, em câmara, de 30 de julho de<br />

1772. Beijam as mãos de V. Majestade. Seus mais fiéis e leais<br />

vassalos” 2518 . Grifos nossos.<br />

Em 17 de junho de 1796, o pardo Miguel Ferreira de<br />

Souza, capitão mais velho do terço auxiliar do mestre-decampo<br />

Luiz Correia, de Mariana, escreveu à rainha expondolhe<br />

a lealdade dos forros e, ao final, pedindo-lhe proteção e<br />

garantia de direitos aos pretos libertos.<br />

“Primeiramente os homens pardos, e pretos libertos desta<br />

Capitania de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> são os que mais se empregam<br />

com todo o zelo e prontidão em tudo que é do real serviço (...)<br />

indo aos sertões dos matos, correr e prender aos pretos escravos<br />

que costumam andar fugidos a seus senhores, fazendo<br />

distúrbios, roubos e mortes pelas estradas.<br />

Os mesmos pardos e pretos libertos são os que vão aos<br />

mesmos matos conquistar os índios brabos, que sem piedade<br />

costumam insultar os povos e excluí-los das suas fazendas.<br />

2518 Verbete nº. 8366 do IMAR/MG, Cx. 107, Doc. 27 - 30 de julho de 1774 – AHU.<br />

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