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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

quipélago de Cabo Verde 679 . Muitos, porém, foram enviados<br />

para o Brasil. Até hoje falam português e dialetos guineenses.<br />

A terceira Guiné, esta já em “território bantu”, chamase<br />

Guiné Equatorial, está situada entre Camarões e Gabão,<br />

frente às Ilhas de São Tomé e do Príncipe, num diminuto território.<br />

Atualmente, fala espanhol, fang, bubi e outras línguas<br />

tribais.<br />

Em 1993, tendo por capital a cidade de Malabo, tinha<br />

uma população de apenas 348 mil habitantes 680 .<br />

Síntese Sobre os “<strong>Minas</strong>”<br />

A minha interpretação (1995) é a de que, até por volta<br />

de 1730, negros de alguns subgrupos sudaneses comprados<br />

nas minas portuguesas de Gana eram levados para as <strong>Minas</strong><br />

<strong>Gerais</strong> rotulados como “minas”, com a fama de terem experiência<br />

em mineração, o que os fazia um produto mais comercial.<br />

A partir de 1726, como se comprova documentalmente, os<br />

holandeses passaram a impedir a compra de negros através de<br />

Gana. O mercado mineiro das <strong>Gerais</strong> passou então a ser servido<br />

com bantus - Angola e Moçambique, principalmente. Posteriormente,<br />

já no fim do século XVIII e início do XIX, através<br />

do Reino de Daomé, hoje Benin, e de outros reinos, o<br />

Nordeste brasileiro, principalmente a Bahia, voltou a receber<br />

negros sudaneses, com um fluxo contínuo mesmo após a proibição<br />

do tráfico, via contrabando. Quando da interrupção do<br />

tráfico comercial de sudaneses - 1730 até 1760, mais ou menos<br />

- é que as <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> receberam grandes quantidades<br />

de bantus, superando em muito a população sudanesa. Consigne-se<br />

que essa interrupção da entrada de sudaneses - que é<br />

uma tese minha - não foi total a ponto de zerar a importação;<br />

foi, sim, uma diminuição progressiva, acompanhada de um<br />

aumento progressivo da entrada de bantus.<br />

679 África Contemporânea, p. 149-150.<br />

680 Atlas Geográfico Mundial, Publicado pela Folha de São Paulo e The New York Times, 1993, p. 131.

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