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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

- Na Preservação da Economia: porém, apenas sob o<br />

prisma da política e dos interesses vigentes, ou sejam, os dos<br />

escravocratas. Argumentavam que a libertação dos escravos<br />

levaria o País à miséria e à convulsão social, pois que, sem o<br />

trabalho escravo não haveria como manter as instituições e até<br />

a pátria. Com esta argumentação faziam vistas cegas, inclusive,<br />

ao sucesso que o emprego da mão-de-obra livre já vinha<br />

tendo em todo País 705 .<br />

Os abolicionistas, geralmente pessoas jovens, idealistas<br />

e bem-intencionadas, articuladas por interesses até econômicos,<br />

porém engajadas a idéias progressistas, rechaçavam e<br />

argumentavam:<br />

- quanto ao Direito: ora, os escravocratas criavam um<br />

sofisma, eis que, usando do antidireito - que era o fato de um<br />

homem se pretender dono de um outro homem - argumentavam<br />

a reivindicação do direito de propriedade em abstrato,<br />

fugindo de sua especificidade, ou seja, o direito que um homem<br />

teria de ser dono do outro e, com isto, queriam continuar<br />

a enganar a toda a humanidade. Antes do direito à propriedade,<br />

no entanto, vem a norma fundamental de que todos são<br />

iguais perante a lei e outras mais subversivas disparadas a partir<br />

do Iluminismo.<br />

- Quanto à Preservação da Economia: os abolicionistas<br />

debochavam dos escravocratas perante a opinião publica<br />

questionando: a) que país seria levado à miséria? O dos escravocratas<br />

ou o do povo livre e escravo? b) a que instituições e a<br />

que pátria se referiam os escravocratas? E contraargumentavam:<br />

para os escravos e para os miseráveis nada<br />

mudaria, a não ser para melhor. Para os escravocratas, sim; o<br />

mundo desabaria; e devia desabar mesmo!<br />

Tudo isto deve nos levar à meditação. Interpretando a<br />

escravização dos negros apenas como razão para se ter ódio<br />

dos brancos, de nada nos valeria a lição. Interpretando-a com<br />

independência, poderemos compará-la com a atual relação<br />

705 Ver livro Da Escravidão ao Trabalho Livre, de Maria Lúcia Lamounier, Papirus Editora, 1988.

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