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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

“Insistindo no seu propósito para que o morro não<br />

fosse um quilombo de brancos, tão pernicioso como o de pretos,<br />

Assumar determina que todas as casas ali situadas sejam<br />

queimadas e arrasadas. Neste ínterim, surgem à tona dos acontecimentos,<br />

ou melhor, da escrita oficial, dois nomes até o<br />

momento não referidos: Felipe dos Santos Freire e Tomé Afonso<br />

Pereira” 139 .<br />

Pegar dois bodes expiatórios da arraia miúda reinol era<br />

o que o conde mais precisava naquele momento. Sobre isto,<br />

continuando sua narrativa, José Afonso Mendonça de Azevedo<br />

registra: “de Felipe dos Santos, disse o conde, em cartas<br />

ao rei e ao vice-rei, que era 'o mais diabólico homem que se<br />

pode imaginar; o agente por quem o povo se movia, e que fez<br />

cousas inauditas nos motins'; e de Tomé Afonso que era 'a<br />

mais perniciosa pessoa de todas as que estavam na revolta”.<br />

“Felipe era um simples rancheiro e Tomé, seu amigo<br />

leal, mais não o seria. Contra eles, pobres e desprotegidos,<br />

voltou-se toda ira do governador, como setenta e dois anos<br />

mais tarde aconteceria a Tiradentes”.<br />

“Mal os teve nas mãos, o conde tratou de os eliminar.<br />

Em carta de 20 de agosto de 1720, ao ouvidor do Rio das<br />

Mortes, o conde confessa que desejou enforcar e esquartejar<br />

Tomé Afonso, mas teve que se deter nos seus propósitos, por<br />

ser o rebelado portador de ordens menores (Igreja). (...)<br />

Quanto a Felipe dos Santos, Assumar, que recomendava a<br />

Martinho Vieira procedesse com prudência e legalidade, contentava-se,<br />

aqui, com um simples simulacro de sumaríssimo<br />

inquérito: como Felipe confessasse, de plano, todos os seus<br />

crimes, decretou o seu arrastamento, enforcamento e esquartejamento”<br />

140 .<br />

“Ao rei, em carta de 21 de julho, disse o conde: '(...)<br />

com efeito, diante de todo o povo, foi (Felipe dos Santos) enforcado<br />

e seus quartos postos em todos os lugares onde tu-<br />

139 Documentos do Arquivo da Casa dos Contos de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 131-132.<br />

140 Documentos do Arquivo da Casa dos Contos de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 132.

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