QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
“Em documento publicado pelo cônego Trindade, declara-se
que Veloso e Rodrigues Velho, pelos anos de (setecentos
e) trinta e tantos, situaram fazenda no sítio do Mamboim
(Bambuí) de uma e de outra parte do São Francisco e ainda
mais acima desta paragem no sítio chamado Forquilha” 1910 .
Mamó ou mamõ pode ser advérbio “onde ou aonde” ou
substantivo “sítio”, ou ainda “fora ou para fora”. A letra “y”,
hoje “i” pode ser “rio” ou partícula de diminutivo: assim,
mamoí seria “sitiozinho” ou “rio do sítio” .
Já a palavra m‟boi quer dizer “cobra”; ver m‟bóia ou jibóia;
m‟boî, “colar de contas” ou adjetivo “quantos, quantas”;
m‟boí, verbo, quer dizer “despedaçar, separar em peças”
1911 .
O vocábulo m‟boi, em geral, aportuguesou-se como
“Mogi” ou “Moji” a exemplo de Moji das Cruzes, Moji Mirim,
Moji Guaçu e M-boi Mirim.
Segundo Luiz Caldas Tibiriçá, M‟buí é também o nome
tupi de uma planta que produz flores amarelas, ou segundo
Dicionário Aurélio século XXI “Erva da família das compostas
(Solidago microglossa), muito difundida, considerada medicinal
pelo povo, e cujas pequeninas flores se reúnem em
capítulos amarelos, os quais, por seu turno, se congregam em
bonitas panículas; erva-lanceta”.
Assim, sem descartar qualquer hipótese, a nossa tese é
de que Bambuí, nome do rio e do quilombo, tenha se originado
de algum dos significados dos sons originários da língua
geral para rio do lugar onde se estabeleceram os paulistas de
Pitangui, conforme lhes concedera o conde de Assumar em
1718.
Segundo o site da cidade de Bambuí, “Existe também na
África, em Camarões, uma cidade homônima de Bambuí, o
que reforça a tese da origem quilombola do nome da cida-
1910 História de Bom Despacho, p. 17-18.
1911 Nossas fontes: Dicionário Guarani-Português, de Luiz Caldas Tibiriçá; Método Moderno de Tupi antigo,
Eduardo de Almeida Navarro.
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