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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Domingos, ouvindo falar de “seu enforcamento”,<br />

mandou levantar uma forca às margens do rio Pará, num local<br />

chamado Itaípa e, para debochar do conde, mandou enforcar,<br />

também em estátua, o ouvidor do Rio das Velhas.<br />

“E os três levantes de Pitangui terminariam nesta curiosa<br />

comédia se, antes e depois, várias mortes não houvessem<br />

a lamentar”, conclui em seu livro o historiador José Afonso<br />

Mendonça de Azevedo 110 .<br />

Domingos Rodrigues do Prado e sua gente revoltosa se<br />

foram para Goiás e, depois, para Cuiabá, a procura de novos<br />

achados para aplacar a ira de el-rei e obter o perdão para os<br />

seus crimes, como obtiveram mais tarde. Realmente, em Goiás,<br />

ele descobriu as minas de Crixás e ficou muito rico 111 .<br />

Sobre o fim de Prado, Francisco de Assis Carvalho<br />

Franco, em Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil,<br />

cita: “Daí (do arraial do gentio Crixá, em Goiás), abalara<br />

Domingos Rodrigues e seu filho, para São Paulo; mas como o<br />

velho sertanejo já se encontrava muito doente e vinha transportado<br />

em rede, não resistiu mais essas vicissitudes e veio a<br />

falecer em caminho, no ano de 1738” 112 .<br />

O historiador Laércio Rodrigues, no entanto, em seu<br />

livro História de Bom Despacho, rechaça a assertiva supracitada:<br />

“De Goiás, para onde foi após os sangrentos sucessos<br />

de Pitangui, rompe de novo em <strong>Minas</strong>, anos mais tarde. Em<br />

1742 está arranchado com sua família na região de Piuí, naquela<br />

época sertão bruto e com fama de ricas faisqueiras”. E<br />

traz a lume documento do Arquivo Judiciário de Pitangui<br />

(AJP), onde o padre Domingos Torres Brandão declara que<br />

estava vindo de “desobrigar o capitão-mor Domingos Rodrigues<br />

do Prado e sua família e mais agregados que lá se achavam”<br />

113 .<br />

110 Documentos do Arquivo da Casa dos Contos de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 126.<br />

111 In Goiás – 1722-1822, p. 36.<br />

112 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p.318.<br />

113 História de Bom Despacho, p.16-17.

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