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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

“Os oficiais da Câmara de Vila Rica, em carta de quatorze<br />

de maio de mil setecentos e trinta e cinco 1007 , representaram<br />

a Vossa Majestade, por este conselho, que os grandes e<br />

contínuos insultos, roubos e mortes que executam os escravos<br />

fugidos a que vulgarmente chamam calhambolas - assim cada<br />

um por si, como em ajuntamentos grandes que fazem - ao<br />

fim dos ditos danos, que ainda naquele presente ano experimentavam<br />

com maior excesso e ferocidade do que nos passados,<br />

obrigaram a se propor em câmara esta matéria para se<br />

dar a providência que a urgente necessidade pedia.<br />

Ajuntando-se os da governança nesta câmara, se resolveu,<br />

por não ocorrer remédio mais eficaz, que era conveniente<br />

que em cada freguesia houvesse capitães-do-mato em número<br />

proporcionado às necessidades para que, com a gente<br />

de que se costumam acompanhar, cuidassem em procurá-los<br />

por todas aquelas paragens a que costumam refugiar-se, para<br />

cujo exercício o trabalho se faria (...) pagas pelos moradores;<br />

e que assim se praticava por não dar (...) tempo a recorrer a<br />

Vossa Majestade para se lançar finta aos povos para pagamento<br />

(...) dos ditos capitães 1008 , se tinham refreado em grande<br />

parte as insolências dos ditos fugitivos salteadores, mas<br />

como depois de presos se lhes não tem aplicado as penas dignas<br />

de seus delitos; e os grandes desertos em que os executam<br />

são causas de não haver prova de testemunha contra eles, de<br />

que resultava serem com facilidade soltos e continuarem nos<br />

mesmos insultos e maiormente porque pela grande multidão<br />

que há naquelas <strong>Minas</strong> de escravos e pela cor que também<br />

dificulta (...) e por andarem muitos já divididos e unidos, de<br />

umas comarcas em outras, se não podiam conhecer. Nem depois<br />

de presos queriam, a maior parte deles, confessar quem<br />

eram os seus senhores, desprezando os cinqüenta açoites da<br />

1007 Referindo-se ao “contrato”que teria sido firmado em 1º. de março, antepenúltimo dia do governo do<br />

conde das Galvêas, que terminaria em 3 de março de 1735.<br />

1008 Termina aqui, a história da contratação, mediante finta, de um capitão-do-mato em 1º de março de<br />

1735.<br />

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