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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Em 1966, o romancista Agripa de Vasconcelos publicou<br />

pela editora Itatiaia o livro Chico Rei, de 247 páginas. Diferentemente<br />

de seus outros romances históricos, neste, Agripa<br />

não menciona qualquer bibliografia e a única referência que<br />

faz é mesmo à nota de rodapé de Diogo de Vasconcelos. É,<br />

sem dúvida, mera ficção que teve como base a nota de rodapé<br />

do Diogo, segundo consta, seu ancestral colateral.<br />

Muita gente tem chamado Agripa de historiador, quando<br />

ele mesmo sempre se disse apenas um romancista.<br />

A desinformação se multiplicou. Livros e mais livros foram<br />

escritos reproduzindo a não-história. “Chico Rei” virou<br />

tema de escola de samba, virou filme; o comércio de Ouro<br />

Preto ampliou e deu corpo à não-história, repassando a “lenda”<br />

aos turistas, atendo-se apenas em auferir lucros sem aferir,<br />

no entanto, sua origem e fidedignidade.<br />

Até o nosso querido Instituto Histórico e Geográfico de<br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, sob a gestão de seu presidente Miguel Augusto<br />

Gonçalves de Souza, na edição comemorativa de 22 de abril<br />

de 2000 de sua Revista (Brasil – 500 anos), nº XXIII, publicou<br />

o artigo do confrade Rogério de Alvarenga, intitulado Um<br />

Escravo Rei, que sustenta inverossímil fidedignidade histórica<br />

no romance de Agripa e nas citações que outros quatro autores<br />

fizeram da nota de rodapé de Diogo de Vasconcelos.<br />

A própria Igreja de Ouro Preto, no máximo a partir de<br />

meados do século XX, introduziu no calendário da Santa Efigênia<br />

uma estranha Festa do Rosário a todo 6 de janeiro de<br />

cada ano, corroborando assim a infidedignidade literária 768 .<br />

Em 20 de maio de 1998 tivemos também uma reportagem<br />

na revista “Isto É” 769 , onde um repórter, através de um<br />

historiador local – que tinha como fonte principal o livro do<br />

Agripa de Vasconcelos - disse ter encontrado em Pontinha-<br />

MG, nada mais nada menos, que os descendentes de Muzinga,<br />

768 Em meados de 2004, o dono do site modificou esta informação sem, porém, dar publicamente qualquer<br />

informação do porquê da mudança.<br />

769 Matéria “Os Herdeiros de Chico Rei”, revista de 20 de maio de 98.

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