QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
“Em resposta a idêntica reclamação da Câmara de
Vila de Sabará, recomendava o rei a Gomes Freire de Andrada
fossem trazidos de São Paulo, à custa da Fazenda Real,
200 casais de tapuias, para serem distribuídos pelas comarcas
de Minas, a fim de com eles atacarem os quilombos”
1288 .
Carlos Magno Guimarães, sem jamais ter detectado a
realidade do Campo Grande, concluiu apenas que “Os Quilombos,
enquanto contradições do escravismo, existiram ao
longo de todo o século XVIII nas Minas Gerais, tendo sido
sua formação e destruição uma constante naquele período.
Esse dinamismo expressa parcialmente o jogo de contradições
que permeiam a sociedade e o caráter contraditório do
quilombo, quanto às relações sociais de produção sobre as
quais se funda a sociedade escravista. (...). É nesta perspectiva,
e considerando todas as implicações advindas de sua existência,
que o quilombo deve ser entendido como a mais completa
forma de reação adotada pelo escravo nas Minas Gerais
do século XVIII” 1289 . Como se vê, essa crônica históricosociológica
– como geralmente ocorre nos mestrados e doutorados
de nossas universidades – é lengalenga vazia e inútil à
real compreensão dos acontecimentos que envolveram o
Campo Grande mineiro.
Verdadeiras Razões da Guerra de 1746
Em nossa primeira edição já apontávamos as razões
mediatas: abertas as picadas em 1736, o poder da Capitania
descobriu que os pretos forros, gentalha e negros fugidos, em
companhia de paulistas, estavam habitando a rica região já
completamente estrelada de pequenas povoações e comunidades.
A gentalha e os pretos se fizeram ricos e abastados, pois
que além do ouro que faiscavam nos ribeirões e corgos, ti-
1288 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 64.
1289 A Negação da ordem Escravista, p. 101-102.