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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Antes, havia na Colônia as elites genéticas nordestinas<br />

146 e as elites genéticas paulistas 147 ; agora, surgia uma terceira:<br />

os reinóis de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>!<br />

Ao final do século XX, os representantes dos reinóis<br />

mineiros ainda entendem que: “No começo eram os homensbons,<br />

senhores da mina e de escravos nos tempos coloniais.<br />

Mandavam e desmandavam, punham e dispunha na região<br />

das minas gerais da Coroa portuguesa. Com o correr das décadas,<br />

o núcleo original começou a crescer, na medida em<br />

que a descoberta de ouro ou diamante rendia fortuna e status<br />

a alguém que até ontem se encontrava entre os “pésrapados”,<br />

aquela vaga classe média situada entre os párias<br />

escravizados em os nobres barões da terra. A decadência da<br />

mineração, a partir de meados do século XVIII, não afetou a<br />

essência desses formadores da elite política mineira. De um<br />

modo geral, ocorreu apenas uma mudança de ramo. Os donos<br />

de minas se tornaram donos de fazendas enormes, tão<br />

poderosos quanto antes” 148 .<br />

Quanto aos negros mineiros, nem se lembram mais<br />

que “(...) deles se serviam para armá-los, (...) a fim de tomarem<br />

suas vinganças pessoais e principalmente entrarem nos<br />

tumultos e motins, em que se empenhavam. Os próprios governadores,<br />

posto em bandos proibissem rigorosamente os<br />

escravos usassem armas, não podiam evitar que se empregassem<br />

em suas diligências. Os negros tomaram parte na guerra<br />

dos emboabas e foram com Albuquerque em número avultadíssimo<br />

de milhares em socorro do Rio de Janeiro; finalmente<br />

o próprio conde de Assumar deles se aproveitou nos maiores<br />

apuros, em que se viu. Nenhum dos governadores houve que<br />

não se retratasse, precisando deles, das medidas severas, todas<br />

tendentes ao medo, que inspiravam” 149 .<br />

146 Hoje, chamadas de “coronéis nordestinos”.<br />

147 Hoje, século XX, chamadas de quatrocentões paulistas.<br />

148 Os Mineiros e o Poder, in “Política, Arte de <strong>Minas</strong>”, FIEMG, 1992, Carmo Chagas, p.15.<br />

149 História Antiga de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, 2º Vol, Itatiaia, 1974, p. 165-166.<br />

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