QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
“Às Câmaras da Capitania de Minas Gerais.
Ano passado me escreveram algumas câmaras desta
Capitania dando-me conta em quinta-feira das endoenças se
disse vinham os negros fugidos em assalto dos brancos e que
para se evitar este irreparável dano, tinham requerido estivessem
em cautela no dito dia as ordenanças; não houve com
efeito nada, de que devemos louvar a Deus: algumas das
mesmas câmaras requeriam ser preciso dar-se em o Quilombo
Grande, junto ao do Ambrósio, que da outra vez foi destruído
1757 , para o que passando eu à Comarca de São João
Del Rei fiz vir à minha presença os homens práticos do lugar
onde está situado o dito quilombo 1758 e sentaram que era necessário
dar-se nele, e que seria preciso para esta expedição
duzentos e cinqüenta até trezentos homens; para a dita diligência
as hei serem os mais capazes de se lhe encarregar Diogo
Bueno da Fonseca e Bartolomeu Bueno do Prado; para a
dita Vila de São João fiz conduzir desta capital quatro barris
de pólvora e bala de Sua Majestade e munição grossa que se
comprou; e de Vila Rica mandei as armas que o dito senhor
tinha naqueles armazéns; e para com efeito se concluir esta
dependência se necessita do principal que é o sustento dos
homens que devem ir a ela; e assim se for preciso que vv.
mercês executando a ordem de Sua Majestade para esta diligência
concorram não só com o que ela determina, mas também
com tudo o mais que puderem, cuja ordem se acha registrada
nos livros das câmaras desta capitania 1759 ; espero que
vv. mercês assim o executem para se dar no dito quilombo,
fazendo logo remeter esta importância a entregar em São João
Del Rei, ao procurador da Câmara ou a pessoa que tiver
elegido para receber as ditas somas, em forma que no meio
do mês de março se ache a dita importância na dita vila para
1757 Este é o PRIMEIRO documento a nominar o Quilombo do Ambrósio – 12 de fevereiro de 1757.
1758 Entre esses homens práticos, nenhum deles é de Goiás ou de Ibiá; todos são, naquela atualidade, da Co-
marca do Rio das Mortes, mormente da região do Piu-i, Soledade e Sapucaí.
1759 Essa ordem é a mesma utilizada em 1746, ou seja, trata-se da regulamentação da Lei da Marca em “F”, de
1741... lembram?
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