QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Foi nesse meio tempo que Feliciano Cardoso de Camargo,
“tendo constituído uma sociedade com Manuel Vaz e José
da Silva Caldeira, formaram uma segunda leva de quarenta e
tantas pessoas armadas e entraram por diversas picadas a
fazer experiências e lavagens.
Estando em direção ao Arraial das Abelhas o guardamor
Feliciano Cardoso, deu-lhe o desejo de ir visitar seu
primo Estanislau de Toledo e, como avistasse o fogo, entendendo
ser posto por amigos, adiantou-se para esse lado, mas
em tão mau azar, que topou com os bugres, e assim ele com o
seu companheiro Manuel Vaz caíram em poder dos bárbaros.
No dia seguinte José Serra e os mais da comitiva chegando
ao lugar só encontraram ossos quebrados e manchas de sangue.
Haviam sido devorados” 1589 .
Como se vê, esta expedição reinol não formalizou qualquer
ato de posse administrativa ou eclesiástica nesse território,
que fora declarado goiano por documento do próprio rei.
Diogo confirmou a presença de Bartolomeu Bueno do
Prado que, segundo Francisco de Assis Carvalho Franco, voltando
de Goiás, em Pitangui, “se tornou bastante rico, mas
não satisfeito seguiu com uma bandeira, cerca de 1748, em
companhia de Agostinho Nunes de Abreu e outros, tendo explorado
a região do rio das Abelhas, onde descobriu várias
faisqueiras. Pela insegurança porém do local, sujeito continuamente
a ataques de índios caiapós e negros fugidos, passou-se
para a região do Palmital, no sertão do rio Grande 1590 ,
onde residia seu sogro” 1591 .
Pode estar ligada a esta expedição a informação documentada
pelo seu neto, Vicente Ferreira de Paiva Bueno, incluindo
a destruição dos quilombos de Talhados (hoje, São
1589 História Média de Minas Gerais, Itatiaia, 3a. edição, 1974, p.181.
1590 Sítio denominado Cachoeira do Rio Grande, provavelmente, nas beiradas do rio Grande, região do Rio
Verde, paragem da Água Limpa, entre os atuais municípios de Guapé, Alpinópolis e Carmo do Rio Claro.
1591 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 312.