QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
mhi. Foi para alimentar esse mesmo sofisma que os camaristas
inverteram – como já se demonstrou – os acontecimentos
que envolveram o paulista Batista Maciel, de 1733-6 para
1748.
Assim, os malandros da Câmara de Tamanduá, sem perceberem
o verdadeiro significado de terem situado o Quilombo
do Ambrósio defronte 1567 da “serra vertentes do rio Sapucaí”
1568 , tentaram dar verossimilhança à mentira anterior, com
as informações verdadeiras de que “(...) No ano de mil e setecentos
e quarenta e oito ainda governava Minas Gerais o excelentíssimo
Gomes Freire de Andrade, Goiás e Cuiabá, e
lhe determinou as divisas de Minas e São Paulo, debaixo de
juramento de homenagem e fidelidade 1569 . Sendo criação dos
ditos governos insinuada no referido ano, não podia em 2 de
Agosto do mesmo ano eleger-se governador de Goiás, embarcar-se
para a cidade do Rio, subir a Minas e transportar-se a
Goiás e dirigirem-se ordens por Vossa Majestade e executálas
como, inconsideradamente contemplam os Goiasenses”
1570 . Na seqüência, os camaristas acoplaram aos seus sofismas
os episódios de 1756 a 1760: “O Excelentíssimo José
Antônio Freire de Andrade em mil e setecentos e cinqüenta e
nove não podia ignorar a divisão feita pelo Excelentíssimo
Gomes Freire de Andrade seu Irmão (...)” 1571 .
O projeto expansionista reinol, quanto ao Triângulo, na
verdade, falhou por culpa de Gomes Freire.
Consultado pelo rei sobre as fronteiras paulistas, Gomes
Freire, atribuindo falsamente às Minas as conquistas paulistas,
indicou por carta de 9 de maio de 1740 o limite paulista no
1567 Segundo o Aurélio, “Em face; frente a frente; em frente de; diante de”.
1568 Margem esquerda do rio Grande, em território do atual município de Campos Gerais.
1569 Como se vê, não citam mais o nome de dom Luiz Mascarenhas, governador de São Paulo.
1570 Ora, o fato de o primeiro Governador de Goiás, dom Marcos de Noronha, só ter tomado posse em 8 de
novembro de 1749, torna mais ilegítima ainda a divisão que Gomes Freire mandou lançar, sem a presença do
governador da nova Capitania. Tanto é que não conseguiu abocanhar esse território.
1571 Carta da Câmara de Tamanduá, de 1793, à rainha Maria I, in Revista do Archivo Público Mineiro, Ano
II, 1897, p. 386-387.
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