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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

As populações indígenas do leste e nordeste de <strong>Minas</strong><br />

vão aparecer mais nos anos oitocentos. Quanto aos anos setecentos,<br />

o grosso dos índios mineiros concentrou-se nas fazendas<br />

dos chamados Currais do São Francisco – norte de <strong>Minas</strong><br />

- onde, juntamente com descendentes de paulistas, tiveram<br />

grande participação nos chamados Motins dos Sertões.<br />

Como se vê, precisamos parar de ensacar bobagens tupiniquistas,<br />

pois os tupis e os guaranis nunca habitaram espontaneamente<br />

a região de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>; precisamos, outrossim,<br />

levantar de verdade a gloriosa participação dos índios<br />

mineiros na História das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

Os Negros<br />

A História deve ser o mestre da vida. Para isto, no entanto,<br />

deve se aproximar o mais possível daquilo que seria a<br />

verdade, se bem que toda verdade é relativa e dificilmente<br />

deixaria de se impregnar pelos próprios aromas de quem a<br />

cheire e de se distorcer pelas próprias lentes de quem a vê. Há<br />

historiadores brasileiros que, sem dúvida, querem negar aos<br />

pretos qualquer papel em nossa história, a não ser o de escravo<br />

submisso; outros há, porém, inspirados em movimentos<br />

negros alienígenas, cheios de mágoa, que vomitam ódio por<br />

todos os poros e sobrecarregam nas tintas e nas culpas. Recusamo-nos<br />

a escrever com o cinismo sub-reptício ou com o ódio<br />

desinformado, inconseqüente e ineficaz.<br />

Em primeiro lugar é preciso ressaltar que, em matéria<br />

de cultura negra, hoje, no Brasil - aparentemente - sobressai<br />

quase que somente a cultura dos negros sudaneses, ancestrais<br />

da maioria dos negros da cidade de Salvador, configurando o<br />

chamado “equívoco iorubá” 632 , onde se vislumbra, muito<br />

mais, um “pacote turístico” do que cultura popular. É preciso<br />

ressaltar a diferença do “negro das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>” em relação<br />

632 Falares Africanos na Bahia, p. 54.

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