QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
tem mais o conhecimento exterior de suas raízes que estão se
perdendo e, por isto, às vezes, se revela confuso. Vi nessa cidade
um corte Moçambique 2594 com suas miçangas, chocalhos
e indumentária africana a cantar músicas antigas de ritmos africanos
e com letras em ambundo ou quimbundo. Fui conversar
com seus integrantes e descobri que estes, não só não fazem
nenhuma idéia ou conotação com a cultura africana, como
chamam a língua em que cantam de língua dos antigos.
Ainda vi os dançadores de um outro corte, com roupas
típicas genuinamente portuguesas e cantando músicas cujo
ritmo é o próprio vira 2595 . Quando lembrados de que o cantor
Roberto Leal (que canta folclore português) canta e dança de
um jeito parecido, concluíram que, ele, vendo-os cantar e
dançar - pois muita gente de São Paulo e do Rio de Janeiro os
têm filmado - talvez tenha aprendido o estilo que, agora, mostra
na televisão!
Belo Horizonte é bastante orgulhosa de suas ruas com
nomes de índios. Isto é muito bom. Porém, excetuando-se alguns
poucos negros, bem pretos, não encontrei em Belo Horizonte
um único descendente de negro. No entanto, todos descendem
apenas de brancos e de índios e, é claro, todos eles
tiveram uma avó bugra apanhada a laço, inclusive muitos negros,
cabras e pardos!
Assim, resolvi reescrever este livro.
Oh! Branquíssima Nossa Senhora do Rosário, Senhora
do brancos e Rainha dos negros: mostrai-nos o caminho!
Oh! Pretíssima Nossa Senhora Aparecida, Mãe, Rainha
e Padroeira de todos os brasileiros: iluminai Minas Gerais!
São Paulo-SP, 30 de junho de 2008.(*)
Tarcísio José Martins
(*) última revisão
2594 Grupo organizado de dançadores desta devoção.
2595 Música popular e dança portuguesas, acompanhada de instrumentos típicos.