QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
pesar do autor não informar suas fontes, transcrevamos o texto
original de seu livro.
“Pelos anos de 1752 e provisão de 12 de junho, dom
Manoel, primeiro bispo de Mariana, solícito em atender as
necessidades espirituais de suas ovelhas espalhadas pelos
sertões do Pium-i, rio das Abelhas e cabeceiras do São Francisco,
enviou-lhe o dr. Marcos Freire de Carvalho 1673 com
poderes de vigário da vara e provisor das novas igrejas” 1674 .
“Nem memórias, nem monumentos, porém, daquela época
acusam a existência de rebanhos, tão pouco de oratórios
ou capelas em tais regiões. Antes de 1752, no país do sul, à
margem do Sapucaí, havia tão somente a capela de Santana
(hoje, Silvianópolis), provida pelo governador diocesano de
São Paulo em nome do Bispo dom Bernardo Rodrigues de
Noronha, na pessoa do padre Lino Esteves de Abreu 1675 . Além
dessa, mais ou menos contemporânea, erigiu-se muito mais
longe, a de S. Francisco de Paula do Ouro Fino, pela mesma
forma e autoridade provida em 8 de março de 1749. Na estola,
portanto, do dr. Marcos só havia para se compreender
gente errante e incerta, visto como fixos, mas separados por
largas distâncias, só havia os quilombos facinorosos” 1676 .
Como se vê, Diogo e todos os demais historiadores que
abordaram o assunto confundiram esta tentativa de posse mineiro-eclesiástica
no Triângulo Goiano, com a outra posse
que, nove anos depois, esse mesmo padre tomaria nos descobertos
do Jacuí, atual Sudoeste Mineiro, pelo Bispado de São
Paulo. Continuemos com Diogo de Vasconcelos.
1673 Que, em 1747 era morador no Arraial de São Bento do Tamanduá, conforme carta de sesmaria que lhe foi
concedida por Gomes Freire, in Revista do Archivo Público Mineiro, v. 14, 1909, p. 150-151.
1674 História Média de Minas Gerais, Diogo de Vasconcelos, Itatiaia, 3ª edição, 1974, p.181.
1675 Almeida Barbosa confirma in Dicionário Histórico e Geográfico de Minas Gerais, p. 501.
1676 O “Discurso Apologético” do dissimulado bispo de Mariana contra a posse do padre Lino e outras posses
de padres do bispado de São Paulo, provavelmente em razão da derrota jurídico-canônia sofrida por Mariana
em acórdão de 26 de março de 1767, são apontados pelo cônego Raimundo Trindade como “perdidos” ou que
“não constam do Registro”. In Instituições de Igrejas no Bispado de Mariana, p. 328-332.
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