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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Em 17 de março de 1763, a Câmara de Vila Rica<br />

comunicou ao rei que “A justa lei das sesmarias pede que,<br />

Vossa Majestade, por sua universal piedade, atenda que os<br />

moradores mais remotos das cabeças das comarcas são os<br />

mais pobres e que há alguns que vivem apartados delas cinqüenta<br />

léguas, sendo o seu emprego o de lavrador de roça;<br />

estes pela sua indigência não podem tirar as roças por sesmarias,<br />

porque não têm vinte e uma oitavas para darem na<br />

secretaria e menos com que paguem o caminho e estada ao<br />

doutor intendente e seus oficiais e, juntamente, fazer-lhe o<br />

tratamento que lhes é devido, além de outras despesas mais<br />

que tem a extração das sesmarias, de que resulta que estes<br />

moradores se conservam nas referidas roças, sem mais título<br />

que a sua assistência pessoal e de sua família, até que algum<br />

rico os expulse com o referido título de sesmaria, que novamente<br />

toma, achando já estradas para os referidos matos e<br />

outras mais utilidades feitas com o suor dos pobres, se bem<br />

que pelos referidos casos se tem originado muitas demandas<br />

e bastantes mortes: Pelo que rogamos a V. Majestade, seja<br />

servido em atenção ao referido, ordenar que as referidas despesas<br />

sejam mais diminutas na secretaria; e quanto a medição<br />

a pode fazer o guarda-mor da respectiva freguesia” 380 .<br />

O preto forro de Mariana, Miguel Ferreira de Souza,<br />

em carta enviada à rainha de Portugal em 23 de maio de<br />

1796 ainda se queixava do fato de que “os homens pardos e<br />

pretos libertos desta Capitania de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> são os que<br />

mais se empregam com todo o zelo e prontidão (...) do real<br />

serviço de Vossa Majestade (...). Os mesmos pardos e pretos<br />

são os que vão aos mesmos sertões descobrirem o precioso<br />

ouro e todas as mais riquezas das <strong>Minas</strong> com risco das suas<br />

vidas. (...) E depois de todos estes serviços feitos, requerem<br />

estes que se lhes concedam terras de planta ou minerais para<br />

cultivarem, trabalharem estas, se lhes negam por que querem<br />

que primeiramente prefiram-lhes os homens brancos, este<br />

380 Verbete nº. 6645 do IMAR/MG, Cx. 81, Doc. 14, do AHU.<br />

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