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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

verem em vida livre sejam presos e remetidos às justiças ordinárias<br />

(...)” 977 .<br />

E, para que não se tenha dúvida acerca de quem seriam<br />

esses “vadios”, lembremo-nos da definição dada pelo conde<br />

Valadares, em 1764: “Eles (os vadios) a exceção de um pequeno<br />

números de brancos, são todos mulatos, caboclos, mestiços<br />

e negros forros (...)” 978 .<br />

Como se vê, é evidente que interessava ao governo que<br />

todos os pretos forros e brancos pobres morassem e trabalhassem<br />

somente dentro de territórios controlados pelas vilas oficiais<br />

para que, assim, fossem matriculados, fiscalizados e cobrados<br />

semestralmente do imposto da capitação. As vilas se<br />

esvaziaram e a gentalha e os pretos ocuparam o vácuo deixado<br />

pelos paulistas. A abertura de picadas, portanto, teve razões<br />

e motivações a que nossa historiografia não atinou.<br />

Preparação, Implantação e Cautelas Repressivas<br />

Avaliando a segurança das <strong>Minas</strong>, em 1736, Martinho de<br />

Mendonça informou não acreditar numa invasão externa,<br />

visto a proteção natural das <strong>Minas</strong>, longe do mar, protegidas<br />

pela impenetrável serra do Mar. Além do mais, poderiam se<br />

defender facilmente com cavalaria e mais de 15 mil negros<br />

armados. Refutou as tais facilidades e abundância apregoadas<br />

por Antonil nos caminhos da Bahia. Falou da ausência de<br />

perigo de revoluções internas, uma vez que os paulistas<br />

haviam em maior parte se retirado e que os atuais reinóis eram<br />

pessoas quietas, criadas com respeito e igualdade, capazes de<br />

grandes sofrimentos pelo rei. Confirmou que o inimigo<br />

interno seriam os calhambolas, falando de “um quilombo que<br />

há muito tempo se conserva entre Pitangui e o Rio das<br />

Mortes” 979 . Falou também da problemática dos maus capitães-<br />

977 APM SC-130, fls. 55 e 56v.<br />

978 Revista do Archivo Público Mineiro, v. 8, p. 479 – Instrucção de J.J. Teixeira Coelho.<br />

979 Que bem poderiam ser os quilombos de Formiga e Cristais, entre outros.<br />

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