13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

264<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

xás, salvo melhor análise - no que concordamos com Waldemar<br />

de Almeida Barbosa - só vieram a ser conhecidos com<br />

mais intensidade em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> a partir dos primeiros 25<br />

anos de nosso século XX, sem dúvida, por influência dos negros<br />

da cidade de Salvador, BA.<br />

Aires da Mata Machado Filho, em O Negro e o Garimpo<br />

em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, registra o vocabulário do dialeto crioulo<br />

de São João da Chapada, deixando evidente a sua origem<br />

bantu: “O exame dos termos das cantigas revela o seu caráter<br />

banto. De fato, alguns conhecedores da “língua”, com quem<br />

conversamos, falam em língua d'Angola e língua banguela<br />

(nunca dizem benguela), embora também se refiram ao nagô”<br />

708 .<br />

Os anos setecentos levaram quase todos os negros que<br />

havia na Colônia, inclusive os da Capitania da Bahia, para as<br />

<strong>Minas</strong>; importaram-se ainda mais sudaneses. Posteriormente,<br />

com a fome de braços para as lavras e contingências do mercado<br />

internacional de negros, avantajaram-se as importações<br />

de bantus, superando, nas <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> do século XVIII, o<br />

número de sudaneses.<br />

O grosso dos atuais negros nordestinos - especialmente<br />

da Bahia - compôs-se de novos sudaneses, importados inclusive<br />

via contrabando, no decorrer do século XIX. Por isto é<br />

que a cultura negra mineira não consegue se identificar totalmente<br />

com a cultura negra da Bahia, principalmente de Salvador,<br />

se bem que esta sofra, também, a interferência de empresários<br />

que querem criar atrações turísticas e, por isto, manipulam<br />

as manifestações religiosas e culturais bantus e sudanesas.<br />

Por não se deterem em maior análise às diferenças entre<br />

os grupos étnicos sudaneses e bantus foi que, talvez, Gilberto<br />

Freire em Casa Grande & Senzala e Sérgio Buarque de<br />

Holanda em Raízes do Brasil, não tenham alcançado melhor<br />

perfeição em benefício da cultura nacional. Praticamente ig-<br />

708 O Negro e o Garimpo em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 117.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!