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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

essas tropas que se dirigiram ao Rio de Janeiro para ajudar<br />

contra a invasão francesa 404 ; etc.<br />

Depois, o esquema continuou o mesmo: aos senhores,<br />

a glória e o poder do comando das tropas, compostas de seus<br />

próprios agregados e escravos; isto, em tempos de paz. Em<br />

tempo de guerra, os pretos forros e os brancos sem nome eram<br />

engajados 405 à força para enfrentar o inimigo. Apesar de terem<br />

que pagar pela própria farda, a gentalha e os pretos se sentiam<br />

“autoridade” quando vestiam os belíssimos uniformes:<br />

“O terço dos homens pretos de Vila Rica, também<br />

chamados os Henriques 406 : vivos vermelhos, golas e punhos<br />

vermelhos, colete branco, gravata preta, dragonas prateadas,<br />

pluma vermelha curvada para frente, meias brancas”.<br />

“Homens pardos da cidade de Mariana: Pluma amarela<br />

curvada para frente; colete, calções, punhos, gravata e<br />

meias amarelas; faixa vermelha”.<br />

“Homens pardos do termo do Inficcionado: Penacho<br />

amarelo por trás em lugar de vermelha, punhos amarelos”.<br />

“Regimento de Infantaria Auxiliar do Guarapiranga:<br />

Colete branco, gola amarela, punhos amarelos, faixa vermelha,<br />

pluma amarela”.<br />

“Terço dos homens pardos do Sabará: Colete, forro,<br />

plumas, punhos, faixas e meias vermelhas. Os regimentos de<br />

cavalaria de Nobreza usavam com pequena alteração o uniforme<br />

dos Dragões” 407 .<br />

404 Aliás, é curioso saber que João Correia de Castro, comandante que entregou facilmente o Castelo de São<br />

Sebastião do Rio de Janeiro à esquadra de Duguay-Trouin em 1711, já era “freguês” desse corsário francês<br />

pois, em 1691, na África, governador da Ilha de São Tomé, também se rendera sem luta, entregando a ilha aos<br />

franceses.<br />

405 Na época, se dizia “apenados”. O capitão da tropa recebia autoridade para apenar pessoas para suas tropas.<br />

406 Nome “Henriques” em homenagem às tropas do grande Henrique Dias que lutaram contra os holandeses e<br />

contra Palmares. Em 1810, há notícia de tropas semelhantes em Angola, na África, onde o governo de José de<br />

Oliveira Barbosa “conseguiu que um feirante do sertão, Oficial de Milícias dos Henriques atravessasse a pe-<br />

nínsula africana até Moçambique (...)”.Compêndio Histórico das Possessões de Portugal na África, RJ, 1963,<br />

p. 311.<br />

407 Capitania das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 104.<br />

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