13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

598<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

andar na governança das vilas daquela capitania homem algum,<br />

que seja mulato dentro nos quatro graus em que o mulatismo<br />

é impedimento e que da mesma sorte não possa ser eleito<br />

o (homem algum) que não for casado com mulher branca,<br />

ou viúvo dela” 1711 .<br />

A própria existência de tal ordem é, em si mesma, prova<br />

cabal de que a participação política dos mulatos forros nas<br />

câmaras das vilas era (em 1725) fato concreto e crescente,<br />

pois nenhum legislador iria coibir o imaginário.<br />

A produção do Triumpho Eucharistico de 21 de maio de<br />

1733 foi, sem dúvida, uma resposta político-cristã dada pelos<br />

pretos forros das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, como comprova o livreto de<br />

Simão Ferreira Machado que, através da Irmandade do Rosário<br />

dos Homens Pretos de Vila Rica, contrataram, pagaram e<br />

publicaram em Lisboa.<br />

Em 11 de dezembro de 1734, conselheiros do Ultramar,<br />

pedindo ao rei que enviasse mulheres brancas para as <strong>Minas</strong>,<br />

alertaram sobre “os muitos inconvenientes que há nos casamentos<br />

que se fazem nas <strong>Minas</strong> de brancos com as negras”.<br />

Procuraram cercar de todos os lados, pedindo “que S. Majestade<br />

se sirva ordenar por uma lei que todo o homem branco<br />

que, depois da promulgação dela, se casar com pretas ou mulatas,<br />

filha ou neta de pretos ou preta, seja exterminado da<br />

Capitania das <strong>Minas</strong> e não possa tornar a ela e nem a alguma<br />

outra terra em que se minere; e que a mesma pena seja imposta<br />

às mulheres brancas que casarem com negros ou mulatos<br />

até os mesmos graus. E porque não suceda que alguns,<br />

para fraudar a disposição desta lei saiam da Capitania das<br />

<strong>Minas</strong> a habitar em alguma outra terra por pouco tempo e ali<br />

celebrem o seu matrimônio, querendo voltar depois a residir<br />

na Capitania das <strong>Minas</strong>, que a estes lhes fique proibida a habitação<br />

naquela capitania como se nela houvessem celebrado<br />

o seu matrimônio”. Pediram também que S. Majestade “se<br />

sirva de derrogar a disposição da Ordenação (...), parágrafo<br />

1711 Verbete nº. 0641 do IMAR/MG, Cx. 7, Doc. 26, do AHU.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!