13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

qui tá Angananzambê-opungo.<br />

Ei! dunduriê ê.<br />

etc.” 504 .<br />

O termo Angananzambê (Senhor Deus) é uma das<br />

muitas variações de N'zambi ou Azambi 505 , portanto, não se<br />

trata de nenhum “sincretismo religioso”, é o próprio Deus, o<br />

Javé dos bantus.<br />

As confrarias do Rosário nas <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> do século<br />

XVIII tiveram um papel social relevantíssimo, em que pese o<br />

enorme contingente negro e miscigenado de sua população e,<br />

a exemplo das confrarias de São Paulo, entre outros, tinham<br />

os seguintes objetivos: “estímulo maior à solidariedade; fortalecimento<br />

do sentimento religioso pela devoção em conjunto;<br />

possibilidade de desenvolvimento do culto aos mortos; incremento<br />

do desejo de ser alforriado, pela adoção dos princípios<br />

de liberdade e a compra cooperativista da respectiva<br />

carta; o ensejo das festas coletivas, sem a incômoda fiscalização<br />

do 'sinhô” 506 . Diria ainda que as cerimônias e festas davam<br />

azo à manutenção das tradições culturais africanas e oportunidade<br />

de extravasar o espírito criador e artístico de que,<br />

por natureza, são dotados os negros, principalmente para as<br />

artes plásticas, dança e música.<br />

Não resta dúvida, também, de que dentro dessas irmandades<br />

funcionavam as chamadas “maçonarias de pretos”,<br />

conectadas com o mundo subterrâneo dos escravos fugidos,<br />

quilombolas e garimpeiros, a quem, sempre que possível, davam<br />

cobertura, ajuda e proteção.<br />

504 O Negro e o Garimpo em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 73-74.<br />

505 O Negro e o Garimpo em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 121-126.<br />

506 Rosário dos Homens Pretos de São Paulo, p. 32.<br />

187

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!