QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
ossos humanos que disseram acreditar serem de índios ali enterrados
em antigo cemitério indígena. Isto precisa ser investigado
com seriedade.
Enviamos, mais de uma vez, cópia de nossa primeira edição
para a Prefeitura de Divinolândia, chegando a falar via
fone com a própria secretária de cultura. Descendentes de italianos,
deixaram-nos a claríssima impressão de que não têm o
menor interesse por qualquer coisa sobre nosso passado quilombola.
No entanto, a se confirmar a vala comum, é de se interpretar
que só conterá cadáveres de brancos aquilombados,
pois só estes seriam enterrados, sendo os pardos e negros forros,
sem orelhas, deixados aos urubus.
Segundo o mapa do capitão França esse quilombo tinha
um total de 220 casas onde, considerado o número de seis habitantes
por casa, teríamos uma população de 1320 pessoas.
O neto de Bartolomeu Bueno, no entanto, registrou no
seu processo de 1800 que “(...) se acharam cento e noventa e
sete casas, todas barreadas e de beira alta” 2132 , o que traduziria
uma população de 1182 pessoas.
Quilombos não referidos no Mapa de França
As testemunhas do processo do neto de Bartolomeu
Bueno do Prado disseram em 1800 “que o dito avô do justificante,
logo que se concluiu a repartição das Minas do Jacuí,
rompeu o Sertão do Cabo Verde, onde descobriu igualmente
minas de ouro, que tendo também repartido ao povo, ali se
edificou um arraial e povoação que até o presente se conserva
extraindo ouro com utilidade comum e do Real Erário, e
mais não disse desta” 2133 .
2132 Verbete nº 11295 do IMAR/MG, Cx. 155, Doc. 7, AHU, 9 de dezembro de 1800 - Segundo Dicionário
Aurélio século XXI, “barreada” significa “cujas paredes são revestidas de barro: casa barreada” e “beira”
significa “Aba de telhado”.
2133 Verbete nº 11295 do IMAR-MG, Cx. 155, Doc. 7, AHU, 09.12.1800.