QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
fortificaram e passaram a se defender e até mesmo a atacar
para não serem mortos.
A Guerra dos Emboabas, envolvendo todas as suas batalhas,
não durou nem seis meses. Ambos os lados possuíam
igualdade de poderio bélico (armas iguais); suas batalhas foram
efêmeras e vencidas por quem possuía mais escravos. Os
paulistas se renderam e os reinóis os mataram; o único guerreiro
citado como valoroso nessas batalhas foi um negro; O
número de mortos teria sido entre 50 e 300.
A guerra geral do Campo Grande – cujo contexto é a
continuidade da própria Guerra dos Emboabas - durou mais
de 30 anos. A última guerra demorou dois anos para ser preparada
e, contando com o ataque de 1758 e o ataque final em
1760, foram mais de dois anos de combates acirrados. Os homens-bons
e suas tropas de pretos pelegos e índios possuíam
cavalos, equipamentos e armas os mais modernos da época,
ao passo que os pretos quilombolas, principalmente na primeira
guerra, se defenderam com arcos, flechas, pelotas naturais
de ferro e, quando muito, com velhas espingardas. A maioria
dos pretos quilombolas, apesar da superioridade bélica
dos atacantes, nunca se rendeu e sim morreu lutando. Só na
guerra de l746 teriam morrido muito mais de 300 quilombolas;
na segunda, seguramente, mais de 3.900 quilombolas
morreram lutando pela flor maior desta vida, que se chama
liberdade.
Lembremo-nos de que após a Guerra dos Emboabas,
acomodados os interesses, as ambições e as vaidades dos governantes
de ambos os lados, traidores também de ambos os
lados viraram bandeira, pois que eram somente essas as suas
motivações para a luta.
Após a Primeira Guerra do Campo Grande – evidente
continuidade da Guerra dos Emboabas – não houve traições;
muitos pretos presos fugiram e voltaram para o combate na
região. O heroísmo e o sangue dos mártires revigoraram o
Campo Grande que renasceu das cinzas.