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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

denava um bando do tempo de dom Lourenço de Almeida que<br />

os donos vendessem os gêneros 'por sua mão' ou tivessem negros<br />

homens que o fizesse, 'mas de nenhuma sorte terão negras<br />

ou mulatas, ou escravas ou forras, vendendo nos ditos<br />

ranchos'(...)” 514 .<br />

A proibição de negras nas vendas já existia anteriormente<br />

e, durante todo o século XVIII, foi sempre renovada<br />

em mais leis e bandos; porém, sempre foi letra morta. Ir na<br />

venda e não ver uma negra era como ir a Roma e não ver o<br />

papa. Encontramos dezenas e dezenas de registros - geralmente<br />

repressivos - onde lá estão as nossas Sabinas negras: ou são<br />

usadas pelos donos das vendas para atrair fregueses, ou são<br />

mesmo as próprias donas.<br />

“Nos últimos anos da década de quarenta, duas escravas<br />

tinham suas vendas no morro do Batatal na Roça Acima;<br />

foram acusadas na mesa de visitação de 'meterem em suas<br />

casas negros e negras com o captaz vendo (ileg.) cometendo<br />

pecados com grande escândalo'. Na sua venda na Água Limpa,<br />

da qual vivia, a preta forra Rosa consentia batuques de<br />

negros e capitães-do-mato, numa curiosa agremiação de algozes<br />

e vítimas unidos pelo lazer. Eugênia, negra forra moradora<br />

no arraial da Paraúna recolhia em sua casa negras de<br />

tabuleiros e negros das faisqueiras, 'e a uns e outros consente<br />

em sua casa de noite para todas as velhacarias e maganagens<br />

(...)” 515 .<br />

Os Batuques<br />

Os negros de todas as nações, além de pendores para<br />

todas as artes, têm o ritmo na alma. Sem ritmo, não há vida.<br />

Os comerciantes tumbeiros descobriram isto logo nos primeiros<br />

contatos com a África. Quando traziam suas cargas para o<br />

514 Desclassificados do Ouro, p.177-178, citando RAPM, VI, 1901, p. 326-328.<br />

515 Desclassificados do Ouro, p.179, AEAM, Devassas, 1748-1749, fl. 93v, AEAM, Devassas, julho- 1762 a<br />

dezembro-1769, fl. 15v e AEAM, Livro de Devassas, Comarca do Serro Frio, 1734, fl.102v.<br />

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