QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
sua sub-repção, chancelada e apoiada pelo seu grupo de poder
estruturado no Conselho Ultramar e no próprio Conselho do
Rei, por quem “falava” d. Gaspar e Alexandre de Gusmão.
As certificações e atestações anexadas às petições, no
caso, foram copiadas ou preparadas a partir de setembro de
1746.
A estratégia de Gomes Freire foi: a) argüir a legitimidade
da posse reinol do Rio Verde em 1737, admitida por Mascarenhas
em 1743, sem dizer que, em 1737, era o próprio
Gomes Freire, dada a morte de Sarzedas, quem governava São
Paulo; b) sofismar, argumentando, como premissa maior, fatos
legais e administrativos ocorridos na Campanha (Rio Verde),
margem direita do Sapucaí e, como premissa menor, a
ilegitimidade do direito paulista à Santana do Sapucaí, margem
esquerda desse rio que, assim, segundo o sofisma, também
pertenceria às Minas Gerais; c) apresentar declarações e
certificações forjadas contra Lustosa e pessoas a ele ligadas,
para dizer que dom Luiz Mascarenhas nomeara pessoas inidôneas
e incapazes para administrar os serviços reais na região
em litígio.
Quanto às alíneas “a” e “b”, o que se narrou até aqui
deixa evidente a fraude e total falta de escrúpulos de Gomes
Freire e seu grupo.
Quanto às dívidas de que acusou Lustosa, nunca houve
qualquer ação de almas 1506 contra ele. Aliás, todo comerciante
da época tinha sua conta corrente com os fornecedores. Além
do mais, já se demonstrou que a dívida de Lustosa não se
atrasara e fora tempestivamente paga em parcelas.
O processo criado a mando de Gomes Freire acusou Lustosa
de ter sequazes bandidos, quais sejam, Bento Correia de
Carvalho (Melo) e José Pires.
José Pires Monteiro era natural de Jacareí; teria descoberto
ouro na margem esquerda do rio Sapucaí, mas Gomes
1506 A ação judicial utilizada na época para se cobrar qualquer tipo de dívida privada.
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