QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
do neto de Bartolomeu Bueno do Prado. Porém, o mapa publicado
pelo Arquivo Público Mineiro é o mesmo que utilizamos
e que se encontra arquivado no IEB da USP em São
Paulo, como nos orientara o saudoso dr. Hélio Gravatá.
Outros historiadores mineiros não mencionaram nem
os poucos fatos acima abordados por Almeida Barbosa. O abocanhamento
do atual Sudoeste de Minas perpetrado por
Gomes Freire de Andrade e seu grupo, como demonstramos,
fez parte de uma espécie segredo de Estado dentro do conjunto
de crimes desfechados a partir da implantação do sistema
tributário da capitação.
Essa mesma confusão, corroborada pela carta que a
Câmara de Tamanduá enviaria a rainha em 1793, lançaria as
bases sub-reptícias com que os reinóis mineiros, enganando a
dom João VI e o governo goiano, abocanhariam também o
Triângulo Goiano em 1815/1816.
A carta que o governador José Antônio Freire de Andrade
mandou a Tomé Joaquim da Costa Corte-Real 2005 em 14
de novembro de 1759, deixa evidente a sua preocupação de
esconder as invasões e violências que praticava, naquele momento,
a expedição de Bartolomeu Bueno do Prado:
“Ilmo. Exmo. sr.
Pela frota disse a V. Exa. que vendo a necessidade que
havia de se extinguirem os quilombos que se iam engrossando
em o sítio chamado Campo Grande desta comarca, com os
negros fugidos a seus senhores, havia ajustado com as câmaras
concorrerem para se destruírem os ditos quilombos:
Formei um corpo de gente de quatrocentos homens e saído
desta Vila o dito corpo o dia dezoito do mês de junho, ainda
se não recolheu a ela; e as notícias que me dá o comandante
da dita expedição, pelos condutores dos víveres que por cinco
vezes lhe tenho mandado, me fazem ciente de haver atacado
2005 Foi Secretário de Estado do Conselho Ultramarino, substituindo Diogo de Mendonça Corte Real a partir
de 1756. Por determinação do marquês de Pombal foi aprisionado no castelo de Leiria, onde faleceu em 1761 –
in Códice Costa Matoso, v. 2, p. 35.
701