13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

206<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

também antipaulistas, por cultivarem a idéia do português ladrão<br />

e usurpador, depois, sem outra saída, foram obrigados a<br />

transformar os emboabas em “bahianos” ou “bahienses”, para,<br />

então, poderem fazer apologias a Manoel Nunes Viana, escamoteando<br />

o fato de ser este, na verdade, um português ligado<br />

ao poder reinol do norte da colônia. Nenhum deles escreve<br />

expressamente que este régulo fora um baiano, não. Dão ao<br />

contexto dos fatos uma formatação neste sentido para conseguirem<br />

que fique o não-dito pelo supostamente dito. É uma<br />

das habilidades do historiador “bahianista”.<br />

Vale relembrar o ensinamento da profª. Mafalda P.<br />

Zamella 555 :<br />

“A ligação entre a Bahia e as regiões auríferas foi<br />

muito anterior à descoberta do ouro. Tal ligação foi realizada<br />

de sul para norte, pelas bandeiras paulistas do século<br />

XVII”.<br />

Citando manuscrito anônimo que se encontra nos anais<br />

da Biblioteca Nacional 556 , Mafalda, depois de descrever o roteiro<br />

do “caminho que chamavam Caminho Geral do Certão”,<br />

arremata:<br />

“Em outro local de suas 'informações', confirmou o<br />

cronista que antes da descoberta das minas já existia o caminho<br />

aberto pelos planaltinos, não tendo os baianos necessidade<br />

de abrirem outro” 557 .<br />

O Regimento do superintendente, guardas-mores e<br />

mais oficiais deputados de 3 de março de 1700, ante à questão<br />

do descaminho dos quintos, informa que “muitas pessoas<br />

da Bahia ou daquele distrito trazem ou mandam gados para<br />

se venderem nas <strong>Minas</strong>”, e não que teriam, os bahianos, ido<br />

em massa POVOAR as <strong>Minas</strong>. Aliás, o regimento procura regulamentar<br />

o fato de que “algumas pessoas que assistem da-<br />

555 O Abastecimento da Capitania das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> no século XVIII, p. 132 a 137.<br />

556 v. LVII, p. 172.<br />

557 Portanto, é mesmo absurda a tese dos historiadores “bahianistas”, mistificando e hipervalorizando o núme-<br />

ro e a importância das supostas entradas e bandeiras que teriam partido da Bahia para descobrir as <strong>Minas</strong> Ge-<br />

rais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!