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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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112 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

nada, tão-somente pelo terror <strong>de</strong> seu sopro, exatamente no momento<br />

em que são surpreendidos <strong>de</strong>sprezando todos os perigos, como se estivessem<br />

em perfeita segurança e fazendo um pacto com a morte. 49 Daí<br />

virmos antes Davi introduzindo-os a estimular-se em sua obstinação<br />

com essa linguagem ostensiva: “Quem é senhor sobre nós?” [Sl 12.4].<br />

Sou mais inclinado a adotar o primeiro sentido; e a razão que me leva<br />

a fazer isso é que, quando Deus percebe que somos por <strong>de</strong>mais lentos<br />

na avaliação <strong>de</strong> seus juízos, então ele inflige sobre os ímpios juízos<br />

<strong>de</strong> um gênero mui severo, e os persegue com espantosa manifestação<br />

<strong>de</strong> sua ira, como se provocasse tremores na terra, a fim <strong>de</strong>, com isso,<br />

corrigir a obtusida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa percepção.<br />

20. Como um sonho, quando se acorda. Tal similitu<strong>de</strong> será<br />

freqüentemente encontrada nos Escritos Sagrados. Assim Isaías<br />

[29.7], falando dos inimigos da Igreja, diz: “Será como o sonho numa<br />

visão noturna.” Citar outros textos <strong>de</strong> conteúdo similar seria um trabalho<br />

tedioso e <strong>de</strong>snecessário. Na passagem que se acha diante <strong>de</strong><br />

nós, a metáfora é mui apropriada. Como explicar o fato <strong>de</strong> a prosperida<strong>de</strong><br />

dos ímpios ser vista com tanta admiração, senão porque nossa<br />

mente se acha por <strong>de</strong>mais embotada por profundo sono? E, em suma,<br />

os quadros que esboçamos em nossa imaginação, da felicida<strong>de</strong> dos<br />

ímpios, bem como <strong>de</strong> sua tão <strong>de</strong>sejável condição, são precisamente<br />

como os reinos imaginários que construímos em nossos sonhos quando<br />

dormimos. Os que, ao serem iluminados pela Palavra <strong>de</strong> Deus, são<br />

<strong>de</strong>spertos po<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> fato, sentir-se em algum grau impressionados<br />

com o esplendor com que os ímpios se acham cercados; mas não tão<br />

ofuscados por ele ao ponto <strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixar dominar; pois são assim impedidos<br />

por uma luz <strong>de</strong> um gênero oposto, a qual exce<strong>de</strong> muitíssimo em<br />

49 “São totalmente consumidos com terrores; sua <strong>de</strong>struição é não somente súbita, mas completa;<br />

assemelha-se ao quebrar <strong>de</strong> um vaso em muitos pedaços, cujos fragmentos não po<strong>de</strong>m<br />

ser ajuntados para algum uso; o como o precipitar ao mar uma pedra <strong>de</strong> moinho, a qual nunca<br />

mais vem à tona; e isso é feito com terrores – quer por terríveis juízos infligidos sobre eles externamente,<br />

ou com terrores íntimos pressionando sua mente e consciência, como no momento<br />

<strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s temporais, ou na morte, e com certeza no juízo, quando a terrível sentença for<br />

pronunciada contra eles. Veja-se Jó 27.20.” – Dr. Gill.

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