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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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254 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

A diferença entre os dois casos está unicamente no resultado; pois<br />

Deus converte aquilo que em si mesmo é um emblema <strong>de</strong> sua ira em<br />

meios <strong>de</strong> salvação <strong>de</strong> seus próprios filhos. A mesma explicação, pois,<br />

que é dada da falta <strong>de</strong> sepultamento <strong>de</strong>ve ser acerca do modo <strong>de</strong> sua<br />

morte. O mais eminente dos servos <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong> ser entregue a uma<br />

morte cruel e ignominiosa – castigo esse que sabemos ser amiú<strong>de</strong><br />

executado contra assassinos e outros <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhadores <strong>de</strong> Deus. Mas a<br />

morte dos santos continua sendo preciosa aos olhos <strong>de</strong> Deus. E quando<br />

ele permite que eles sejam injustamente perseguidos na carne,<br />

com isso mostra, ao tomar vingança <strong>de</strong> seus inimigos, quão queridos<br />

eles lhe eram. De modo semelhante, Deus, ao esculpir as marcas <strong>de</strong><br />

sua ira contra os réprobos, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua morte, os priva<br />

da sepultura; e por isso ele ameaça um rei ímpio: “Em sepultura <strong>de</strong><br />

jumento serás sepultado, sendo arrastado e lançado para bem longe,<br />

fora das portas <strong>de</strong> Jerusalém” [Jr 22.19; cf. 36.30]. 2 Quando ele expõe<br />

seus próprios filhos a semelhante indignida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> parecer que os<br />

tenha esquecido por algum tempo; mais tar<strong>de</strong>, porém, ele o converte<br />

em meio <strong>de</strong> proporcionar sua salvação; porque sua fé, sendo submetida<br />

a tal provação, adquire um novo triunfo. Quando nos tempos <strong>de</strong><br />

outrora os corpos dos mortos eram ungidos, aquela cerimônia era<br />

realizada por causa dos vivos a quem <strong>de</strong>ixavam para trás, com o fim<br />

<strong>de</strong> instruí-los quando vissem os corpos dos mortos cuidadosamente<br />

preservados, com o fim <strong>de</strong> nutrir em seus corações a esperança <strong>de</strong><br />

uma vida melhor. Os fiéis, pois, ao serem privados do sepultamento,<br />

não sofriam nenhuma perda, quando elevados pela fé acima <strong>de</strong>sses<br />

aprestos inferiores, para que apressassem os passos rumo àquela<br />

bendita imortalida<strong>de</strong>.<br />

4. Somos feitos opróbrio para nossos vizinhos. Aqui se articula<br />

outra queixa com o fim <strong>de</strong> excitar a mercê divina. Quanto mais<br />

soberbamente os ímpios <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nham e triunfam sobre nós, mais confiadamente<br />

po<strong>de</strong>mos esperar que nosso livramento esteja prestes a<br />

2 Discussões semelhantes po<strong>de</strong>m ser encontradas em Isaías 14.19, 20; Jeremias 8.2.

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