31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

286 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

6. Eu removi a carga <strong>de</strong> seus ombros. Aqui Deus começa a<br />

rememorar os benefícios que havia concedido aos israelitas, bem<br />

como as muitas maneiras nas quais ele os pusera em obrigação para<br />

com ele. Quanto mais exasperadora fosse a escravidão da qual haviam<br />

sido libertados, muito mais preciosa e <strong>de</strong>sejável seria sua liberda<strong>de</strong>.<br />

Quando, pois, se afirma que suas cargas eram tão pesadas que caíam<br />

sob elas, e que foram con<strong>de</strong>nados ao trabalho <strong>de</strong> fazer tijolos e a<br />

outras ocupações abjetas e enfadonhas, a comparação <strong>de</strong>sse seu primeiro<br />

estado com sua condição posterior é introduzida com o fim <strong>de</strong><br />

ilustrar ainda mais contun<strong>de</strong>ntemente a gran<strong>de</strong>za da bênção <strong>de</strong> seu<br />

livramento. Apliquemos isso, então, a nós mesmos, e elevemos nossa<br />

mente a um tema mais elevado, do qual ele [o livramento] era uma<br />

imagem. Como Deus não só removeu <strong>de</strong> sobre nossos ombros uma carga<br />

<strong>de</strong> tijolos, e não só afastou nossas mãos das fornalhas, mas também<br />

nos redimiu da cruel e miserável tirania <strong>de</strong> Satanás, e afastou-nos dos<br />

abismos do inferno, as obrigações sob as quais estamos em relação a<br />

ele são <strong>de</strong> um tipo muito mais estrito do que aquele sob o qual ele as<br />

impusera a seu antigo povo.<br />

7. Tu clamaste em angústia, e eu te livrei. Aqui tem seguimento o<br />

mesmo tema. Pela expressão, Tu clamaste, quando estavam em angústia,<br />

entendo como sendo as orações que então apresentavam a Deus.<br />

Às vezes suce<strong>de</strong> que os que são reduzidos a extremos <strong>de</strong>plorem suas<br />

calamida<strong>de</strong>s com um clamor confuso; mas como essas pessoas aflitas<br />

tinham em si alguns resquícios <strong>de</strong> impieda<strong>de</strong>, e como não tinham se<br />

esquecido da promessa feita a seus pais, não tenho dúvida <strong>de</strong> que dirigiam<br />

suas orações a Deus. Mesmo seres humanos sem religião, que<br />

nunca se lembram <strong>de</strong> invocar a Deus, quando se acham sob a pressão<br />

<strong>de</strong> alguma gran<strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>, se <strong>de</strong>ixam mover por um instinto<br />

secreto da natureza a buscar comunhão com ele. Isso faz ainda mais<br />

provável que a promessa fosse, por assim dizer, uma espécie <strong>de</strong> professor<br />

para os israelitas, levando-os a olhar para Deus. Como nenhuma<br />

tinha ainda se dado a conhecer a eles. Veja-se Gênesis 42.23.” – Street.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!