31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 83 • 315<br />

precipitaram-se com um ardor rival, e encorajaram os outros a <strong>de</strong>struírem<br />

o reino <strong>de</strong> Judá. O primeiro agente a incitar tão cruel ódio<br />

foi sem dúvida Satanás, o qual <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio tem tudo em seu<br />

po<strong>de</strong>r para extinguir a Igreja <strong>de</strong> Deus, e o qual, com esse propósito,<br />

nunca cessou <strong>de</strong> instigar seus próprios filhos a praticarem ultraje. A<br />

frase, <strong>de</strong>sarraiguemo-los para que não sejam uma nação, significa exterminar<br />

<strong>de</strong>les as raízes e os ramos, e assim pôr fim a sua existência<br />

como nação ou povo. Que este é o significado, é mais claramente<br />

evi<strong>de</strong>nciado à luz da segunda sentença do versículo: que não mais<br />

haja memória do nome <strong>de</strong> Israel. A compaixão <strong>de</strong> Deus, não em<br />

grau inferior, seria incitada pela circunstância <strong>de</strong> que essa guerra<br />

não era empreendida, como comumente se dá com as guerras, com<br />

o fim <strong>de</strong> trazê-los, quando vencidos, sob o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> seus inimigos;<br />

mas o objetivo que almejava a cruelda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus inimigos era sua<br />

total <strong>de</strong>struição. E o que isto equivalia senão a tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir<br />

o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> Deus do qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> a perpétua duração da Igreja?<br />

[vv. 5-8]<br />

Porque consultaram com coração unânime; eles entraram num acordo 5<br />

contra ti. As tendas <strong>de</strong> Edom 6 e dos ismaelitas; 7 <strong>de</strong> Moabe 8 e dos agarenos. 9<br />

5 O hebraico é wtrky tyrb, berith yichrothu, “interromper um pacto”. O verbo proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> trk,<br />

carath, ele corta, o qual, com o substantivo tyrb, berith, significa fazer uma aliança, ou pactuar.<br />

A frase <strong>de</strong>ve sua origem ao costume que prevalecia nos tempos antigos, <strong>de</strong> sacrificar um animal<br />

na formação <strong>de</strong> alianças solenes, e <strong>de</strong> dividir a vítima em duas, passando as partes contratantes<br />

por entre as duas peças. Afirma-se, pois, <strong>de</strong>sses inimigos combinados dos ju<strong>de</strong>us que cortaram o<br />

sacrifício pactual; que mataram a vítima sacrificial, dividiram-na em duas, e passaram por entre as<br />

partes; assim mutuamente obrigando-se a cumprir seu propósito hostil.<br />

6 Ou, seja, os edomitas, os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Edom [Gn 25.30]. Eram um povo pastoril, e faziam<br />

gran<strong>de</strong> uso <strong>de</strong> tendas.<br />

7 Os ismaelitas eram os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Ismael, filho <strong>de</strong> Abraão, por meio <strong>de</strong> Agar, a egípcia<br />

[Gn 25.12-18]. Habitaram parte da Arábia.<br />

8 Ou, seja, os moabitas, os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Moabe, um dos filhos <strong>de</strong> Ló, por meio <strong>de</strong> uma <strong>de</strong><br />

suas filhas [Gn 19.37].<br />

9 Os agarenos ou agaritas eram a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abraão por meio <strong>de</strong> Quetura (que se supõe<br />

ter sido Agar), com quem casou-se <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Sara. Habitavam ao oriente <strong>de</strong> Gilea<strong>de</strong>, nas<br />

vizinhanças do Eufrates. Nos dias <strong>de</strong> Saul, fez-se-lhes guerra por meio dos rubenitas, os quais,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> quase <strong>de</strong>struí-los e expulsá-los <strong>de</strong> seu país, habitaram em suas tendas [1Cr 5.10]. Parece<br />

que recuperaram novamente sua força; mas on<strong>de</strong> habitaram posteriormente é <strong>de</strong>sconhecido.<br />

“Provavelmente”, diz Cresswell, “são os mesmos sarracenos.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!