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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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198 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

cântico com linguagem ambígua, mas clara e distintamente conservar<br />

tanto os benefícios <strong>de</strong> Deus quanto a gratidão do povo. Como eu já<br />

disse, seu <strong>de</strong>sígnio é apenas estimular seus leitores a pesarem e consi<strong>de</strong>rarem<br />

mais atentamente o tema proposto. Esta passagem é citada<br />

por Mateus [13.35] e aplicada à pessoa <strong>de</strong> Cristo quando ele manteve<br />

a mente do povo em suspenso através <strong>de</strong> parábolas às quais não podiam<br />

enten<strong>de</strong>r. O objetivo <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong> agir assim, era provar que ele<br />

era um Profeta <strong>de</strong> Deus distinto dos <strong>de</strong>mais, e que assim pu<strong>de</strong>sse ser<br />

recebido com maior reverência. Visto que ele então se assemelhava<br />

a um profeta por pregar mistérios sublimes num estilo <strong>de</strong> linguagem<br />

acima do gênero comum, isso que o escritor sacro afirma aqui acerca<br />

<strong>de</strong> si mesmo é com proprieda<strong>de</strong> transferido para ele [Cristo]. Se neste<br />

Salmo resplan<strong>de</strong>ce uma majesta<strong>de</strong> tal que com razão incita e inflama<br />

os leitores com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>duzimos disto com que solícita<br />

atenção ele nos faz receber o evangelho, no qual Cristo nos abre e<br />

nos exibe os tesouros <strong>de</strong> sua celestial sabedoria.<br />

3. Que temos ouvido e conhecido. Parece haver alguma discrepância<br />

entre o que o salmista já afirmou no início, quando disse que<br />

falaria <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s questões ocultas, e o que agora acrescenta, a saber,<br />

que seu tema é bem comum, e que como tal é transmitido <strong>de</strong> uma época<br />

a outra, <strong>de</strong> pai ao filho. Se era incumbência dos pais relatar a seus<br />

filhos as coisas aqui indicadas, essas coisas <strong>de</strong>vem, naturalmente, ser<br />

bem familiarmente conhecidas <strong>de</strong> todo o povo, sim, mesmo daqueles<br />

que eram mais indoutos e que tinha a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>bilitada. On<strong>de</strong>,<br />

das pelo uso das palavras originais que são empregadas.” Semelhante é a nota <strong>de</strong> Street neste<br />

lugar. Ele traduz twdyj, chidoth, “verda<strong>de</strong>s realçadas”; e outros que sua tradução <strong>de</strong>ve ser ditos<br />

obscuros. “Não há nada <strong>de</strong> obscuro no Salmo”, diz ele, “ele contém verda<strong>de</strong> histórica instrutiva,<br />

porém não enigma. Portanto, a redação da Bíblia inglesa, ditos obscuros, não parece correta. A<br />

Septuaginta traduz a palavra διηγημα, Ezequiel 17.2, e essa redação se a<strong>de</strong>qua melhor aqui do que<br />

problhmata. Tenho tentado expressar a relação da palavra ddh, acutum est.” Mas, como observa<br />

Dimock, “As várias transações do pacto mosaico recitadas mais adiante bem que po<strong>de</strong>riam ser<br />

chamadas parábolas e discursos obscuros; ou, como o árabe, mistérios, consi<strong>de</strong>rados como tipos<br />

ou figuras do cristão; e visto por esse prisma oferece amplo motivo <strong>de</strong> contemplação, servindo<br />

não só como um pedagogo para conduzir-nos a Cristo, mas para guardar-nos firmes na fé e obediência<br />

a Davi nosso rei.”

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