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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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52 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

neste Salmo. E com certeza era um horrível e trágico espetáculo, que<br />

tendia a levar não só o povo comum, mas também os que exceliam<br />

em autorida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>sviar seus olhos <strong>de</strong>le, como se fosse um monstro<br />

<strong>de</strong>testável, quando o filho, tendo expulso do reino a seu próprio pai, o<br />

perseguia até mesmo pelos <strong>de</strong>sertos, com o fim <strong>de</strong> matá-lo.<br />

10. Pois meus inimigos têm falado <strong>de</strong> mim etc. Ele usa uma forma<br />

<strong>de</strong> argumento com o fim <strong>de</strong> convencer a Deus a <strong>de</strong>monstrar-lhe<br />

misericórdia, numa circunstância adicional, porquanto os ímpios haviam<br />

assumido mais intensa ousadia, perseguindo-o cruelmente, no<br />

afã <strong>de</strong> convencê-lo <strong>de</strong> que fora rejeitado e abandonado por Deus. Em<br />

sua mais profunda vileza, os homens, como todos sabemos, se tornam<br />

mais ousados e audaciosos quando, ao atormentarem o inocente, imaginam<br />

que essa é uma questão que não tem absolutamente nada a ver<br />

com Deus. Não só se sentem encorajados pela esperança <strong>de</strong> escapar<br />

impunemente, mas também se gabam <strong>de</strong> que tudo suce<strong>de</strong>rá segundo<br />

seus <strong>de</strong>sejos, quando nenhum espetáculo se apresenta para refrear<br />

seus perversos <strong>de</strong>sejos. O que suce<strong>de</strong>u a Davi, naquele tempo, é quase<br />

a experiência comum dos filhos <strong>de</strong> Deus; ou, seja, que os perversos,<br />

quando uma vez acreditam ser da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que seu povo seja<br />

exposto diante <strong>de</strong>les como sua presa, arremetem-se incontrolavelmente<br />

com o intuito <strong>de</strong> fazer-lhe mal. Medindo o favor divino segundo a<br />

presente condição dos homens, imaginam que todos quantos ele expõe<br />

à aflição são <strong>de</strong>sprezados, abandonados e proscritos <strong>de</strong> Deus. Tal<br />

sendo sua convicção, encorajam e estimulam uns aos outros à prática<br />

<strong>de</strong> todo gênero <strong>de</strong> suplício e injúria contra os crentes, como pessoas<br />

que não têm ninguém que <strong>de</strong>fenda e vingue sua causa. Mas tal procedimento,<br />

libertino e insultuoso, 10 <strong>de</strong> sua parte, <strong>de</strong>ve encorajar nossos<br />

corações, já que a glória <strong>de</strong> Deus requer que as promessas que ele tem<br />

feito com tanta freqüência, <strong>de</strong> socorrer o pobre e aflito, realmente se<br />

cumprirão Os ímpios po<strong>de</strong>m iludir-se com a esperança <strong>de</strong> obter <strong>de</strong>le<br />

o perdão; mas essa louca imaginação <strong>de</strong> forma alguma alivia a iniqüi-<br />

10 “Atqui proterva hæc eorum insultatio.” – v.l. “Mais cest enragé <strong>de</strong>sdain et outrage.” – v.f.

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