31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

30 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Era também <strong>de</strong>vido a isto: que ele não fosse arrebatado pela violência<br />

da paixão, como os que são movidos pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> tomar vingança.<br />

Visto, pois, que o Espírito <strong>de</strong> sabedoria, <strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ração<br />

pôs tais imprecações na boca <strong>de</strong> Davi, seu exemplo não po<strong>de</strong> ser com<br />

justiça pleiteado em auto<strong>de</strong>fesa por aqueles que <strong>de</strong>rramam sua ira e<br />

se vingam <strong>de</strong> todos quantos se põem em seu caminho, ou que são<br />

arrebatados por tola impaciência <strong>de</strong> tomar vingança, nunca se permitindo<br />

refletir por um instante sobre a que bom propósito isso po<strong>de</strong>ria<br />

servir, nem envidar qualquer esforço em manter suas emoções <strong>de</strong>ntro<br />

dos <strong>de</strong>vidos limites. Necessitamos <strong>de</strong> sabedoria para fazer distinção<br />

entre os que são totalmente réprobos e aqueles para quem há ainda<br />

esperança <strong>de</strong> regeneração; necessitamos também <strong>de</strong> retidão para que<br />

ninguém se <strong>de</strong>vote exclusivamente a seus próprios interesses privados;<br />

bem como <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ração, com o fim <strong>de</strong> dispor nossas mentes<br />

à serena paciência. Sendo evi<strong>de</strong>nte, pois, que Davi se distinguia por<br />

essas três qualida<strong>de</strong>s, quem quer que o siga corretamente não <strong>de</strong>ve se<br />

permitir prorromper, com precipitada e cega impetuosida<strong>de</strong>, em linguagem<br />

<strong>de</strong> imprecação; <strong>de</strong>ve, além do mais, reprimir as turbulentas<br />

emoções <strong>de</strong> sua mente e, em vez <strong>de</strong> confinar seus pensamentos exclusivamente<br />

em seus próprios interesses privados, que antes use seus<br />

<strong>de</strong>sejos e afetos em buscar o avanço da glória <strong>de</strong> Deus. Em suma, se<br />

formos legítimos imitadores <strong>de</strong> Davi, que primeiro nos revistamos com<br />

o caráter <strong>de</strong> Cristo, para que ele nos administre, no presente momento,<br />

a mesma repreensão que administrou a dois <strong>de</strong> seus discípulos <strong>de</strong><br />

outrora: “Vós não sabeis <strong>de</strong> que espírito sois” [Lc 9.55].<br />

Davi se queixara que seus inimigos haviam adicionado fel a sua<br />

comida; e agora ora para que a mesa <strong>de</strong>les se lhes convertesse numa<br />

armadilha, e que as coisas que são para a paz se lhes convertessem<br />

numa re<strong>de</strong>. Tais expressões são <strong>de</strong> caráter metafórico, e implicam um<br />

<strong>de</strong>sejo, a saber: que todas as coisas que lhe haviam sido repartidas<br />

provi<strong>de</strong>ncialmente para a preservação da vida, e para seu bem-estar<br />

e conveniência, fossem convertidas por Deus em ocasião ou instrumento<br />

da <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>les. À luz <strong>de</strong>sse fato <strong>de</strong>duzimos que as coisas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!