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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 74 • 139<br />

afrontas que eram lançadas sobre o povo em comparação com as<br />

execráveis blasfêmias dirigidas contra Deus; segundo a afirmação<br />

contida no Salmo 69.9, “As afrontas dos que te afrontam caíram<br />

sobre mim.” A frase para sempre é novamente adicionada; porque<br />

quando os ímpios continuam impunes, isso causa o efeito <strong>de</strong><br />

endurecimento e os torna ainda mais audaciosos, especialmente<br />

quando os ultrajes que <strong>de</strong>rramam contra Deus parecem passar<br />

por ele sem ser notados. Portanto, acrescenta-se imediatamente<br />

no próximo versículo:<br />

11. Até quando retrais tua mão? É fácil <strong>de</strong> perceber o que<br />

o profeta aqui tem em mente, e no entanto os intérpretes não estão<br />

concor<strong>de</strong>s quanto às palavras. Pela palavra mão, na primeira<br />

parte do versículo, há quem enten<strong>de</strong> como sendo a mão esquerda,<br />

para distingui-la da mão direita, mencionada na última sentença do<br />

versículo. Mas isso não passa <strong>de</strong> trivialida<strong>de</strong>; pois quando usa o termo<br />

mão direita, ele simplesmente repete a mesma coisa <strong>de</strong> acordo<br />

com seu método usual. Há quem traduz o verbo hlk, kalah, a última<br />

palavra do versículo, por impedir ou restringir, como se o profeta<br />

quisesse dizer: Por fim esten<strong>de</strong>rás tua mão, a qual tens guardado<br />

por tanto tempo em teu seio. Esse, porém, é um sentido forçado<br />

<strong>de</strong>mais, em prol do qual recorrem sem qualquer matiz <strong>de</strong> razão. Os<br />

que o traduzem no sentido <strong>de</strong> consumir enten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ntro do seio <strong>de</strong><br />

Deus como <strong>de</strong>notando alegoricamente seu templo, 17 interpretação<br />

da qual não posso partilhar. Será melhor continuar a interrogação<br />

até a última palavra, assim: “Até quando retrairás tua mão? Sim,<br />

a manterás <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> teu seio? Portanto, consome esses homens<br />

ímpios que tão soberbamente te <strong>de</strong>sprezam.” Po<strong>de</strong>ríamos também,<br />

não impropriamente, consi<strong>de</strong>rar as palavras como uma oração para<br />

que, quando os inimigos <strong>de</strong> Deus se persuadissem <strong>de</strong> que ele era indolente<br />

e ocioso, visto não se pôr em movimento nem publicamente<br />

17 “O árabe judaico lê: ‘Não retires <strong>de</strong>les tua mão, sim, tua mão direita, mas consome-os do<br />

meio <strong>de</strong> tua casa’; sugerindo que a casa <strong>de</strong> Deus é chamada qyj” – Hammond.

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