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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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222 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

consumidos na vaida<strong>de</strong>; porque se <strong>de</strong>svanecera como a fumaça. E<br />

seus anos, na precipitação, porque passaram velozmente como um<br />

arroio. A palavra hlhb, behalah, aqui traduzida por precipitação,<br />

<strong>de</strong>pressa, é por alguns traduzida por terror. Eu antes preferiria traduzi-la<br />

por tumulto; porque indubitavelmente significa que sua vida<br />

se esvaía como quando num tumulto alguma coisa é tirada à força. 32<br />

Contudo não me sentiria disposto a mudar a palavra <strong>de</strong>pressa, a<br />

qual realça o significado <strong>de</strong> uma forma mais clara. Era uma exibição<br />

da justa retribuição, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua obstinação, que sua força<br />

que os fizera soberbos assim murchasse e se <strong>de</strong>svanecesse total e<br />

subitamente como uma sombra.<br />

34. Quando ele os matava, então o buscavam. Pela circunstância<br />

aqui registrada, a intenção é agravar sua culpa. Quando sob<br />

a convicção <strong>de</strong> sua perversida<strong>de</strong> reconheciam que eram punidos<br />

com justiça, porém não com sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração se humilhavam<br />

diante <strong>de</strong> Deus, mas, antes, o escarneciam, tencionando enganá-lo<br />

com falsas pretensões, sua impieda<strong>de</strong> era ainda menos <strong>de</strong>sculpável.<br />

Se um homem que per<strong>de</strong>u seu juízo não sente suas próprias<br />

calamida<strong>de</strong>s, o mesmo é <strong>de</strong>sculpável, porque se tornou insensível;<br />

mas aquele que é forçado a reconhecer que é culpado, e no entanto<br />

continua sempre o mesmo, ou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> brevemente haver buscado<br />

o perdão, com belas palavras, porém enganosas, subitamente volve<br />

a seu primeiro estado mental, manifestamente revela com tal cavernosida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> coração que sua doença é incurável. Aqui tacitamente<br />

se notifica que os castigos com os quais um povo tão obstinado se<br />

via constrangido a buscar a Deus, não era <strong>de</strong> um gênero comum ou<br />

ordinário. E somos informados [v. 35 33 ] não só que se convenceram<br />

<strong>de</strong> sua perversida<strong>de</strong>, mas também que foram afligidos com o senso<br />

e lembrança da re<strong>de</strong>nção da qual vieram a apostatar. Com isso<br />

são ainda mais eficazmente privados <strong>de</strong> toda escusa com base na<br />

32 “Que leur vie a este emportee comme quand en tumulte on ravit quelque chose.” – v.f.<br />

33 Na Bíblia Hebraica, uma nota massorética é inserida <strong>de</strong>pois do versículo 35, rpsh yxj, chatsi<br />

há-sepher, o meio do livro, ou, seja, com respeito aos versículos.

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