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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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218 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

26. Fez soprar o vento oriental nos céus. Temos aqui um relato<br />

<strong>de</strong> como Deus aten<strong>de</strong>u o pedido <strong>de</strong> seu povo. Isso não implica<br />

que ele consi<strong>de</strong>rou favoravelmente seus impacientes <strong>de</strong>sejos, mas<br />

que ele mostrou, pelo efeito, que estava em seu po<strong>de</strong>r fazer o que<br />

criam ser-lhe impossível realizar. À luz <strong>de</strong>ste fato po<strong>de</strong>mos perceber<br />

quão levianamente alguns expositores enfeixam aqui a carne e<br />

o maná. A razão por que a carne foi dada era totalmente diferente<br />

daquela pela qual o maná foi dado. Deus, ao dar o maná, <strong>de</strong>sempenhou<br />

o ofício <strong>de</strong> um pai; mas por meio da carne ele satisfez seus<br />

apetites insaciáveis, a fim <strong>de</strong> que sua própria cobiça em <strong>de</strong>vorá-la<br />

os sufocasse. Não haveria problema algum para Deus ter criado codornizes<br />

no meio do <strong>de</strong>serto; mas ele escolheu antes trazê-las pela<br />

força dos ventos, com o fim <strong>de</strong> ensinar aos israelitas que todos os<br />

elementos são obedientes a seu comando, e que a distância <strong>de</strong> lugares<br />

não po<strong>de</strong> impedir seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetrar imediatamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o oriente até o oci<strong>de</strong>nte. 28 Aquele povo incrédulo, pois, foi suprido<br />

com uma prova indubitável do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, o qual haviam malignamente<br />

<strong>de</strong>traído, quando viram todos os elementos da natureza a<br />

sua frente reclamando obediência e inspirando a execução <strong>de</strong> tudo<br />

quanto ele havia or<strong>de</strong>nado. Além disso, sem dúvida ele fez subir<br />

os ventos segundo a situação do acampamento, ainda que lhe fora<br />

fácil, sem quaisquer meios, ter apresentado carne ante os olhos <strong>de</strong>les.<br />

Declara-se que comeram e se fartaram, não só para notificar<br />

que Deus lhes trouxera uma gran<strong>de</strong> provisão <strong>de</strong> aves, com a qual<br />

28 Os israelitas foram miraculosamente supridos com codornizes no <strong>de</strong>serto em duas ocasiões<br />

diferentes. A primeira ocasião foi no décimo quinto dia do segundo mês <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua partida do<br />

Egito, e antes que chegassem ao monte Sinai [Êx 16.1, 12, 13]. A segunda, que é aquela aqui referida,<br />

foi em Quibrote-Ataavá, um lugar a três dias <strong>de</strong> viagem além do <strong>de</strong>serto do Sinai, no começo<br />

do segundo ano <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua partida do Egito [Nm 10.11; 11.31-35]. Em ambos os casos, as codornizes<br />

foram enviadas em conseqüência da murmuração dos israelitas. Mas, no primeiro caso,<br />

elas subiram e cobriram o acampamento <strong>de</strong> Israel só por uma noite; enquanto que na segunda<br />

elas subiram do mar durante um mês inteiro. Nenhum sinal do <strong>de</strong>sprazer divino acompanhou o<br />

primeiro milagre, tendo Deus, em sua compaixão, esquecido sua murmuração; o segundo milagre,<br />

porém, foi operado movido pela ira [divina], e acompanhado pela aplicação da vingança divina<br />

naquele povo rebel<strong>de</strong> [Nm 11.33].

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