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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 81 • 285<br />

ou como um general, adiante <strong>de</strong> seu exército. Quando se diz acima da<br />

terra do Egito, há quem pensa haver aqui uma alusão à topografia da<br />

Judéia, a qual ficava em posição mais elevada que o Egito; <strong>de</strong> modo<br />

que, os que saem do Egito em direção à Judéia, sobem. Eu, porém, entendo<br />

a linguagem como simplesmente significando que o povo, tendo<br />

Deus como seu condutor, passou livremente e sem obstrução através<br />

da terra do Egito, tendo seus habitantes ficado tão <strong>de</strong>sencorajados e<br />

<strong>de</strong>sfalecidos, que não ousaram fazer qualquer oposição a sua passagem.<br />

7 O profeta realça a bênção <strong>de</strong> seu livramento, quando, falando<br />

em nome <strong>de</strong> todo o povo, afirma que ele fora resgatado <strong>de</strong> profundo<br />

barbarismo: Eu ouvi uma linguagem que não entendia. 8 Nada é mais<br />

<strong>de</strong>sagradável do que transitar por entre pessoas com quem não po<strong>de</strong>mos<br />

manter nenhuma comunicação através da linguagem, a qual é<br />

o principal vínculo da socieda<strong>de</strong>. Sendo a linguagem, por assim dizer,<br />

a imagem e espelho da mente, os que não po<strong>de</strong>m empregá-la em seu<br />

relacionamento mútuo não são menos estrangeiros um em relação ao<br />

outro do que as feras da floresta. Quando o profeta Isaías [33.19] tenciona<br />

anunciar um castigo muitíssimo terrível, ele diz: “Não verás mais<br />

aquele povo atrevido, povo <strong>de</strong> fala obscura, que não se po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r,<br />

e <strong>de</strong> língua tão estranha que não se po<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r.” Assim o<br />

povo reconhece que o benefício que Deus lhe conferiu tinha <strong>de</strong> ser<br />

muito mais valorizado, porque ficaram livres dos egípcios, com cuja<br />

linguagem não tinham qualquer familiarida<strong>de</strong>. 9<br />

7 “Sair (lu) sobre a terra do Egito parece expressar domínio sobre ele, o qual Deus exerceu ao<br />

conduzir os israelitas; e ficaram, então, no que se po<strong>de</strong> chamar estado <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong> sobre<br />

os egípcios, e saíram para uma terra alta [Êx 14.8; Nm 33.3]. E logo <strong>de</strong>pois a lei foi promulgada.”<br />

– Secker.<br />

8 A Septuaginta, Siríacca, Vulgata e todas as versões, exceto a Caldaica, têm a terceira pessoa:<br />

“Ele ouviu uma linguagem que não entendia.” Doe<strong>de</strong>rlein lê: “Eu ouvi uma voz que não entendia.”<br />

E, retendo a primeira pessoa, interpreta as palavras como uma exclamação abrupta do salmista<br />

ao sentir-se subitamente influenciado por uma inspiração divina, e em ouvir um oráculo dirigido<br />

por Deus a ele, o qual consistia do que imediatamente se segue, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o versículo 6 até o final do<br />

Salmo, e o qual é expresso na pessoa <strong>de</strong> Deus. Ele ouviu essa voz, porém não a enten<strong>de</strong>u; ou, seja,<br />

não compreen<strong>de</strong>u plenamente seu <strong>de</strong>sígnio e importância.<br />

9 “O idioma egípcio não era inteligível aos filhos <strong>de</strong> Jacó; porque José falava a seus irmãos por<br />

meio <strong>de</strong> um intérprete, quando comparecia em público como governador do Egito, e quando não

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