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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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464 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 5-8]<br />

Não terás medo do terror noturno; nem da seta que voa <strong>de</strong> dia; nem da <strong>de</strong>struição<br />

que anda nas trevas; nem da pestilência 3 que assola ao meio-dia. 4<br />

Mil cairão a teu lado; e <strong>de</strong>z mil, a tua direita; mas não chegará a ti. Somente<br />

com teus olhos contemplarás e verás a retribuição dos perversos.<br />

5. Não terás medo do terror noturno. O salmista continua insistindo<br />

sobre a verda<strong>de</strong> para a qual acabo <strong>de</strong> chamar a atenção, a saber:<br />

se confiarmos com implícita certeza na proteção divina, estaremos<br />

seguros <strong>de</strong> toda e qualquer tentação e assaltos <strong>de</strong> Satanás. É muito<br />

importante lembrar que, aqueles a quem Deus toma sob seu cuidado<br />

vivem numa situação da mais absoluta segurança. Inclusive aqueles<br />

que já alcançaram a mais avançada experiência nada acham mais<br />

difícil do que <strong>de</strong>scansar no livramento divino; e mais especialmente<br />

quando, surpreendidos por alguma das muitas formas em que os perigos<br />

e a morte nos aguardam neste mundo, dúvidas se insinuarão em<br />

nossos corações, fazendo <strong>de</strong>spontar medo e inquietu<strong>de</strong>. Portanto, havia<br />

razão para o salmista entrar em certa especificação <strong>de</strong> diferentes<br />

males, encorajando o povo do Senhor a visualizar mais <strong>de</strong> um modo<br />

<strong>de</strong> livramento e a agüentar sob várias e acumuladas calamida<strong>de</strong>s. Faz-<br />

-se menção <strong>de</strong> medo da noite, ou porque os homens são naturalmente<br />

apreensivos com a escuridão, ou porque a noite nos expõe a perigos<br />

<strong>de</strong> diferentes tipos, e nossos temores vêm a lume em tais ocasiões para<br />

aumentar os ruídos e causar distúrbios. A seta, preferível a qualquer<br />

3 A palavra original, a qual Calvino traduz “a pestilência”, é traduzida na versão Siríaca “o vento<br />

que sopra”. A versão <strong>de</strong> Fry traz ‘rajada’. O simum, ou vento quente do <strong>de</strong>serto”, observa ele,<br />

“fenômeno naquelas regiões tão notável para escapar-se ao poeta divino ao enumerar as fontes<br />

<strong>de</strong> perigo para a vida humana.” Esse vento, sendo quente e ar<strong>de</strong>nte, seus efeitos, quando sopra ao<br />

meio-dia, seria ainda muito mais fatal.<br />

4 “Os versículos 5 e 6. Scaliger, na Epist. 9, explica assim estes dois versículos: Não terás medo,<br />

rjpm, <strong>de</strong> consternação noturna, ‏,מחף da seta que voa <strong>de</strong> dia, rbdm, da pestilência que anda <strong>de</strong> noite,<br />

bfqm, da <strong>de</strong>vastação do meio-dia. Sob esses quatro elementos ele compreen<strong>de</strong> todos os males e<br />

perigos aos quais o homem se acha exposto. E como os hebreus divi<strong>de</strong>m as vinte e quatro horas<br />

do dia e da noite em quatro partes, isto é, tar<strong>de</strong>, meia-noite, manhã e meio-dia, assim ele enten<strong>de</strong><br />

as horas <strong>de</strong> perigo como sendo assim dividas. Numa palavra, ‘que o homem, que faz <strong>de</strong> Deus seu<br />

refúgio’, está sempre seguro, dia e noite, a cada hora, <strong>de</strong> todos os perigos.” – Bythner.

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