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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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706 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tigar sua própria <strong>de</strong>linqüência (como fazem muitos hoje <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhando<br />

toda admoestação, escudando-se em si mesmos com isto: que foram<br />

tão instruídos por seus pais, e que, portanto, sua má educação vem<br />

do erro dos pais, e não <strong>de</strong>les próprios), mas, antes, para mostrar que<br />

ele e os <strong>de</strong> sua própria nação eram merecedores <strong>de</strong> severo castigo,<br />

porquanto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio, e como se fosse coexistente com sua<br />

primeva infância, nunca cessaram <strong>de</strong> provocar o <strong>de</strong>sagrado <strong>de</strong> Deus<br />

contra eles, mais e mais, por suas reiteradas transgressões. É <strong>de</strong>ssa<br />

maneira que ele envolve os pais com os filhos em muitos dos motivos<br />

<strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação. 7<br />

7. Nossos pais não enten<strong>de</strong>ram teus prodígios no Egito. Aqui<br />

ele relata como o povo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo <strong>de</strong> sua emancipação da servidão,<br />

se revelou ingrato para com Deus e se conduzia <strong>de</strong> maneira<br />

insidiosa. Tampouco ele se confina à história <strong>de</strong> um único período,<br />

senão que todo curso <strong>de</strong> sua narrativa consiste em realçar que o<br />

povo nunca cessou <strong>de</strong> agir impiamente, embora Deus, por seu turno,<br />

os sacie com inconcebível bonda<strong>de</strong>, o que era uma prova da<br />

invencível e extrema perversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa nação. Ele primeiro censura<br />

a loucura <strong>de</strong>ssas pessoas como sendo a ocasião <strong>de</strong> tal ingratidão.<br />

Ao dar o nome <strong>de</strong> loucura, ele não tenciona amenizar a ofensa (como<br />

alguns às vezes costumam fazer), senão que preten<strong>de</strong> expor a vil e<br />

<strong>de</strong>sditosa estupi<strong>de</strong>z do povo, ao <strong>de</strong>ixar-se cegar por questões tão<br />

claras; pois as obras <strong>de</strong> Deus eram tão claras, que até um cego podia<br />

visualizá-las. Don<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria tão grosseira ignorância originar-se,<br />

senão do fato <strong>de</strong> que Satanás os tornara tão <strong>de</strong>mentes que não conseguiam<br />

atentar para os milagres <strong>de</strong> Deus, os quais podiam remover<br />

as próprias pedras? Ora, ao acrescentar, não se lembraram, ele expressa<br />

mais vigorosamente a natureza inescusável <strong>de</strong> sua ignorância;<br />

sim, que sua cegueira era o resultado <strong>de</strong> estúpida indiferença, mais<br />

que a própria falta <strong>de</strong> instrução. Pois a causa <strong>de</strong> sua ignorância provinha<br />

<strong>de</strong> passarem por alto aquelas questões que, em si mesmas,<br />

7 “En beaucoup d’articles <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nnation.” – v.f.

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