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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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34 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

este significado: Do que as pessoas falavam, <strong>de</strong> acrescentar miséria<br />

sobre miséria, suscitou tristeza no mais elevado nível.<br />

27. Acrescenta iniqüida<strong>de</strong> a sua iniqüida<strong>de</strong>. Visto que a palavra<br />

hebraica /wa, avon, signifique às vezes tanto culpa como iniqüida<strong>de</strong>, há<br />

quem traduz o versículo assim: Acrescenta tu, isto é, tu, ó Deus, castigo<br />

a seu castigo. Outros a esten<strong>de</strong>m ainda mais, consi<strong>de</strong>rando-a como uma<br />

oração para que os ímpios pu<strong>de</strong>ssem puni-los por sua impieda<strong>de</strong>. Mas<br />

é sobejamente evi<strong>de</strong>nte, à luz da segunda sentença, que a oração <strong>de</strong><br />

Davi era, antes <strong>de</strong> tudo, como é quase universalmente admitido, para<br />

que Deus retirasse <strong>de</strong>finitivamente seu Espírito dos ímpios, tornando<br />

sua mente ainda mais impenitente, para que nunca mais buscassem<br />

nem nutrissem <strong>de</strong>sejo algum <strong>de</strong> ser conduzidos ao genuíno arrependimento<br />

e transformação. Alguns interpretam a frase, vir para a justiça,<br />

no sentido <strong>de</strong> ser absolvido ou inocentado; 29 mas o espírito da linguagem<br />

aqui usada, pela qual Davi tenciona expressar, parece requerer<br />

muito mais. Por conseguinte, as palavras <strong>de</strong>vem ser explicadas assim:<br />

Que sua impieda<strong>de</strong> aumente mais e mais, e que repilam com aversão<br />

todo e qualquer pensamento <strong>de</strong> mudança, para ficar manifesto que<br />

estão totalmente alienados <strong>de</strong> Deus. 30 Visto que essa forma <strong>de</strong> expressão<br />

é familiar nos Escritos Sacros, e on<strong>de</strong> quer que a encontremos não<br />

<strong>de</strong>vemos interpretá-la como sendo abrupta, e é ridículo torcê-la, como<br />

alguns fazem, com o intuito <strong>de</strong> evitar o que po<strong>de</strong>ria parecer absurdo.<br />

A explicação que lhe oferecem é: Que Deus acrescente pecados sobre<br />

pecados por tolerá-los; 31 e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m uma disposição tal, asseverando<br />

Hammond, “significa numerar, e do qual ser a adição uma sorte.”<br />

29 Essa é a idéia atribuída a ela por Horsley, que traduz o versículo assim: “Dá-lhe castigo sobre<br />

castigo, e não lhes concedas tua justificação.” Cresswell a explica assim: “Que não sejam restaurados<br />

a teu favor, nem experimentam tua clemência.”<br />

30 “Qu’ils sont alienez et bannis <strong>de</strong> la presence <strong>de</strong> Dieu.” – v.f. “Que são alienados e banidos da<br />

presença <strong>de</strong> Deus.”<br />

31 Essa é a explicação dada por Hammond. A palavra hebraica /tn, nathan, aqui traduzida por<br />

acrescentar, ele traduz por dar ou permitir; o que ele apoia com a seguinte nota: “Que ‏,נתם dar,<br />

significa também permitir, transparece <strong>de</strong> Ester 9.13, /tny, ‘conceda-se aos ju<strong>de</strong>us’, isto é, lhes seja<br />

permitido. Também Êxodo 12.23: ‘e não <strong>de</strong>ixará [o hebraico tem /ty, conce<strong>de</strong>r] o <strong>de</strong>struidor entrar<br />

em vossas casas para vos ferir’. A Caldaica traz qb?y, ‘permitir’, e a LXX, avfh,sei, no mesmo sen-

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