31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 104 • 659<br />

mas tão logo ele subtrai seu Espírito doador <strong>de</strong> vida, morremos. Inclusive<br />

Platão sabia disto, o qual mui amiú<strong>de</strong> ensina que, propriamente<br />

falando, há somente um Deus, e que todas as coisas subsistem ou têm<br />

seu ser unicamente nele. Tampouco nutro dúvida <strong>de</strong> que a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus, por meio da qual esse escritor pagão, era <strong>de</strong>spertar todos os homens<br />

para o conhecimento <strong>de</strong> que <strong>de</strong>rivam sua vida <strong>de</strong> outra fonte que<br />

se acha além <strong>de</strong>les mesmos. Em primeiro lugar, o salmista assevera que,<br />

se Deus oculta sua face, eles ficam conturbados; e, em segundo lugar, que,<br />

se ele retira seu fôlego, eles morrem, e voltam a seu pó; por quais palavras<br />

ele realça que, quando Deus se digna estimar-nos, que parece dar-nos<br />

vida, e que enquanto seu sereno semblante brilha, este inspira todas<br />

as criaturas com vida. Nossa cegueira, pois, é duplamente inescusável,<br />

se <strong>de</strong> nossa parte não esten<strong>de</strong>rmos nossos olhos para a bonda<strong>de</strong> que<br />

comunica vida ao mundo inteiro. O profeta <strong>de</strong>screve passo a passo a<br />

<strong>de</strong>struição das criaturas vivas, subtraindo Deus <strong>de</strong>las sua energia secreta<br />

para que, do contraste, ele melhor enaltecesse aquela inspiração<br />

contínua, por meio da qual todas coisas são mantidas com vida e vigor.<br />

Ele po<strong>de</strong>ria ter avançado mais e asseverado que todas as coisas, a não<br />

ser que seu ser seja sustentado por Deus, voltariam ao nada; porém se<br />

contentou em afirmar, em termos gerais e em linguagem popular, que<br />

tudo o que não é nutrido por ele cai em corrupção. Ele novamente <strong>de</strong>clara<br />

que o mundo é diariamente renovado, porque Deus envia seu espírito.<br />

Na propagação das criaturas viventes, vemos indubitável e continuamente<br />

uma nova criação do mundo. Não há contradição em ele chamar<br />

agora aquele espírito <strong>de</strong> Deus, o qual antes representara como sendo o<br />

espírito [fôlego] das criaturas viventes. Deus envia aquele espírito que<br />

permanece com ele até quando lhe aprouver; e assim que o envia, todas<br />

as coisas são criadas. Dessa forma, o que lhe pertencia ele faz que<br />

seja nosso. Mas isso não dá expressão ao antigo sonho dos maniqueus,<br />

o qual aquele cão imundo, Serveto, fez ainda pior em nossos próprios<br />

dias. Os maniqueus diziam que a alma do homem é uma partícula do<br />

Espírito divino e é propagada <strong>de</strong>le como o rebento <strong>de</strong> uma árvore; mas<br />

esse homem vil tem a audácia <strong>de</strong> asseverar que os bois, os asnos e os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!