31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 90 • 443<br />

1. Tu tens sido nossa habitação, ó Senhor. Ao separar Deus a<br />

semente <strong>de</strong> Abraão, por um privilégio especial, do resto da família humana,<br />

o salmista magnifica a graça da adoção, por meio da qual Deus<br />

os abraçou como seus filhos. O objetivo que ele tem em vista, por meio<br />

<strong>de</strong>ste exórdio, é que Deus agora renovou a graça que exibira outrora<br />

aos santos patriarcas, e continua a exibi-la em sua prole. Alguns comentaristas<br />

acreditam que sua alusão é ao tabernáculo, porque nele a<br />

majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus não era menos conspícua do que se ele habitasse<br />

no meio do povo; mas isso me parece totalmente fora <strong>de</strong> lugar. Ele antes<br />

compreen<strong>de</strong> todo o tempo em que os Pais peregrinaram pela terra<br />

<strong>de</strong> Canaã. Como a duração do tabernáculo não passava <strong>de</strong> quarentas<br />

anos, a longa duração aqui mencionada – nossa habitação <strong>de</strong> geração<br />

em geração –, <strong>de</strong> modo algum po<strong>de</strong>ria aplicar-se a ele. A intenção, pois,<br />

não é lembrar que Deus <strong>de</strong>monstrara estar com os israelitas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

tempo em que os libertara do Egito; mas o que seus pais haviam experimentado<br />

<strong>de</strong> sua presença ao longo das eras, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio. 4 Agora<br />

<strong>de</strong>clara que, como tinham sempre sido peregrinos e andarilhos, assim<br />

Deus era para eles um lugar <strong>de</strong> habitação. Sem dúvida, a condição <strong>de</strong><br />

todos os homens é instável sobre a terra; porém sabemos que Abraão<br />

e sua posterida<strong>de</strong> foram, mais que todos os <strong>de</strong>mais, peregrinos, como<br />

se vivessem em contínuo exílio. Visto, pois, que peregrinaram na terra<br />

<strong>de</strong> Canaã até que fossem levados para o Egito, on<strong>de</strong> viveram só por<br />

resignação diária, fazia-se necessário que buscassem para si uma lugar<br />

<strong>de</strong> habitação sob a sombra <strong>de</strong> Deus, fora da qual dificilmente seriam<br />

consi<strong>de</strong>rados habitantes do mundo, já que continuavam sendo estrangeiros<br />

por toda parte, e eram em seguida levados <strong>de</strong> um lado para<br />

outro. A graça que o Senhor exibia em sustentá-los em suas andanças,<br />

e protegendo-os com sua mão enquanto peregrinavam por entre na-<br />

4 “’Nosso lar’, ou ‘nossa habitação’. Esta imagem parece ter uma particular referência à condição<br />

incerta dos israelitas antes <strong>de</strong> seu estabelecimento na Terra da Promessa. ‘Estrangeiros e<br />

peregrinos temos sido até aqui; primeiro, peregrinos em Canaã; em seguida, escravos no Egito;<br />

agora andarilhos nesta vastidão seca. Não obstante, achamos os confortos <strong>de</strong> um lar e nos estabelecemos<br />

sob tua proteção miraculosa’.” – Horsley.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!