31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 75 • 157<br />

homens profanos têm ousado tentar qualquer coisa que lhes venha à<br />

mente é porque concebem um Deus encerrado no céu e não crêem que<br />

são mantidos sob restrição por sua secreta providência. Em suma, eles<br />

o privam <strong>de</strong> todo po<strong>de</strong>r soberano, para que se vejam num curso livre<br />

e <strong>de</strong>simpedido com o fim <strong>de</strong> satisfazer suas luxúrias. Para ensinar-nos,<br />

pois, com mo<strong>de</strong>ração e humilda<strong>de</strong>, a permanecer contentes com nossa<br />

própria condição, o salmista claramente <strong>de</strong>fine em que consiste<br />

o juízo <strong>de</strong> Deus, ou a or<strong>de</strong>m que ele observa no governo do mundo,<br />

dizendo-nos que lhe pertence exclusivamente exaltar ou abater <strong>de</strong>ntre<br />

os seres humanos a quem lhe agra<strong>de</strong>.<br />

À luz <strong>de</strong>ste fato segue-se que todos quantos, abrindo as asas <strong>de</strong><br />

sua vaida<strong>de</strong>, aspiram qualquer tipo <strong>de</strong> exaltação, sem qualquer consi<strong>de</strong>ração<br />

ou <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Deus, são culpados <strong>de</strong> roubá-lo, o quanto<br />

po<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> suas prerrogativas e po<strong>de</strong>r. Isso é mui evi<strong>de</strong>nte, não só à luz<br />

<strong>de</strong> seus <strong>de</strong>svairados conselhos, mas também das blasfemas vanglórias<br />

a que se entregam, dizendo: Quem me impedirá? O que me resistirá?<br />

Como se na verda<strong>de</strong> fosse algo difícil para Deus, com apenas um gesto,<br />

lançar <strong>de</strong> repente em seu caminho mil obstáculos, com os quais tornaria<br />

ineficaz todos seus esforços. Visto que os homens profanos, com<br />

sua temerida<strong>de</strong> e perversos artifícios, são culpados <strong>de</strong> tentar <strong>de</strong>spojar<br />

a Deus <strong>de</strong> sua régia dignida<strong>de</strong>, assim, sempre que somos atingidos por<br />

suas ameaças, nos fazemos perversamente culpados <strong>de</strong> pôr limites ao<br />

po<strong>de</strong>r e soberania <strong>de</strong> Deus. Se ao ouvirmos o soprar dos ventos com<br />

algum grau <strong>de</strong> violência, 15 nos enchemos <strong>de</strong> medo como se fôssemos<br />

atingidos por um trovão lançado do céu, uma prontidão tão extrema<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar-nos precipitar num estado <strong>de</strong> consternação manifestamente<br />

revela que não compreen<strong>de</strong>mos completamente a natureza daquele<br />

governo que Deus exerce sobre o mundo. Sem dúvida, <strong>de</strong>veríamos<br />

envergonhar-nos <strong>de</strong> roubá-lo <strong>de</strong> seu título <strong>de</strong> juiz; sim, quase não existe<br />

indivíduo que não se encolha com horror ante o pensamento <strong>de</strong><br />

tão gran<strong>de</strong> blasfêmia. No entanto, quando nosso entendimento natural<br />

15 “Si tost que nous oyons le vent <strong>de</strong> quelque esmotion.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!