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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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588 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

var os corações dos santos segundo as palavras <strong>de</strong> Isaías: “Consolai,<br />

consolai meu povo, diz vosso Deus” [Is 40.1]. 1 O <strong>de</strong>sígnio do poeta<br />

sacro não era simplesmente inspirar o povo com coragem, mas sobretudo<br />

injetar neles maior preocupação pelo bem-estar da Igreja. O<br />

título do Salmo indica o fim e propósito a que pretendia servir. Os<br />

que traduzem os verbos no pretérito, Uma oração pelos aflitos, quando<br />

estavam em angústia e <strong>de</strong>rramavam sua meditação, 2 parecem extrair<br />

uma visão incorreta da mente do profeta. Ao contrário, ele tencionava<br />

aliviar a dor daqueles cujos corações se achavam opressos; como se<br />

quisesse dizer: Ainda que estejais aflitos com angústia e <strong>de</strong>sespero,<br />

nem por isso <strong>de</strong>veis <strong>de</strong>sistir da oração. Alguns traduzem o verbo [fu,<br />

ataph, quando ele se ocultar, e concebem que esta é uma expressão<br />

metafórica do gesto <strong>de</strong> uma pessoa engajada em oração, quando, em<br />

razão <strong>de</strong> sua tristeza, se acha impossibilitada <strong>de</strong> erguer sua fronte, ela,<br />

por assim dizer, se oculta e mantém sua cabeça mergulhada em seu<br />

peito. Mas aí me parece haver um elegante jogo <strong>de</strong> palavras, quando as<br />

angústias mentais, e a mente como se estivesse fechada, são pronunciadas,<br />

<strong>de</strong> um lado, e <strong>de</strong>rramadas em oração, do outro; ensinando-nos<br />

que, quando nos sentimos fechados em nossa tristeza, privados da<br />

luz e da presença dos homens, a porta está se fechando contra nossas<br />

orações, esse então é <strong>de</strong> fato o melhor tempo <strong>de</strong> nos engajarmos em<br />

oração, pois é um singular alívio <strong>de</strong> nossas tristezas quando temos a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> livremente <strong>de</strong>rramar nosso coração diante <strong>de</strong> Deus.<br />

O verbo jw?, suach, às vezes <strong>de</strong>nota orar; mas, como ele também signi-<br />

1 “Este poema queixoso foi escrito por algum exilado piedoso para quando expirassem os setenta<br />

anos <strong>de</strong> cativeiro, durante o qual o povo <strong>de</strong> Israel permaneceu em Babilônia. O autor do<br />

Salmo mui provavelmente fora levado para o cativeiro quando ainda bem jovem. Ele sobrevivera<br />

quase até o fim do período, e agora, estremecido com cuidados e ansieda<strong>de</strong>, apela com veemência<br />

a Deus para que o livramento chegue <strong>de</strong>pressa, para que ele não entre no túmulo sem contemplar<br />

as <strong>de</strong>leitosas cenas pelas quais sua imaginação era arrebatada, sem testemunhar o cumprimento<br />

das esperanças que os profetas <strong>de</strong> Deus nutriram, a saber, as predições que proclamaram relativas<br />

à prosperida<strong>de</strong> que <strong>de</strong> novo reinaria em seu amado país.” – Walford. Hammond crê que o<br />

Salmo foi escrito por Neemias, <strong>de</strong>pois do regresso <strong>de</strong> Esdras com a comissão <strong>de</strong> reconstruir o<br />

templo. Veja-se Neemias 1.3s. Outros o atribuem a Jeremias ou a Daniel.<br />

2 “Sa plainte.”– v.f. “Sua reclamação.”

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