31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

278 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ofensas que temos cometido, é uma evidência <strong>de</strong> uma mercê sem paralelo<br />

que ele extinga o fogo que nós mesmos acen<strong>de</strong>mos, e o qual se<br />

espalha cada vez mais; e para salvar uma porção ou o remanescente<br />

da Igreja ou, falando mais apropriadamente, soerguer ainda das próprias<br />

cinzas um povo que invoque seu nome. Reitera-se uma vez mais<br />

que a Igreja pereceu, não pela força e armas <strong>de</strong> seus inimigos, mas ante<br />

a repreensão do semblante <strong>de</strong> Deus. Jamais po<strong>de</strong>mos esperar algum<br />

lenitivo <strong>de</strong> nosso castigo, a menos que sejamos plenamente persuadidos<br />

<strong>de</strong> que somos com justiça castigados pela mão divina. Era um bom<br />

sinal do arrependimento <strong>de</strong>sses israelitas que, como se observa em<br />

Isaías 9.12: “Olharam para a mão daquele que os feriu.”<br />

17. Que tua mão esteja sobre o Homem <strong>de</strong> tua <strong>de</strong>stra. Aqui o<br />

salmista repete em termos claros a oração que havia expresso sob a<br />

figura <strong>de</strong> uma vi<strong>de</strong>ira, pleiteando que Deus <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse, sob sua mão,<br />

o Homem <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>stra, e o Filho do homem que havia fortalecido<br />

para si. É incerto se ele fala unicamente <strong>de</strong> um rei, ou se o povo está<br />

também incluso. Embora Jeroboão fosse ungido rei, todavia não chegou<br />

à posse da dignida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> uma forma lícita; e assim Deus nunca<br />

aprovou qualquer um <strong>de</strong> seus sucessores, como se ele tivesse <strong>de</strong>spojado<br />

a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Davi do direito e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> domínio. Deus, como<br />

já vimos no Salmo 78.67, não escolhe a tribo <strong>de</strong> Efraim; ao contrário,<br />

o cetro, por seu <strong>de</strong>creto imutável, foi dado à casa <strong>de</strong> Judá, como é<br />

claramente ensinado na profecia <strong>de</strong> Jacó [Gn 49.10]. Portanto, constituiu-se<br />

um vil e ímpio <strong>de</strong>smembramento do corpo, quando a maioria<br />

do povo se revoltou contra a casa <strong>de</strong> Davi e submeteu-se a Jeroboão<br />

como seu rei. Sendo esse o caso, por que, pois, po<strong>de</strong>r-se-ia perguntar,<br />

o rei <strong>de</strong> Israel está orando <strong>de</strong>ssa forma? Para remover esta dificulda<strong>de</strong>,<br />

observemos que, embora aquele reino tivesse um começo rebel<strong>de</strong>, e<br />

Deus, como está expresso em Oséias 13.11, lhes <strong>de</strong>u um rei em sua<br />

ira, todavia <strong>de</strong>pois não lhe agradou tolerar sua continuação; e a unção<br />

<strong>de</strong> Jeroboão testificou que ele ratificara o que havia sido inadvertida<br />

e impiamente feito pelo tumulto e rebelião do povo. A nação <strong>de</strong> Israel<br />

podia então dizer que seu rei fora criado e estabelecido por Deus,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!