31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

324 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

18. E que saibam que tu és, teu nome Jehovah. O que está em<br />

pauta não é o conhecimento <strong>de</strong> Deus, mas aquele reconhecimento<br />

<strong>de</strong>le que seu irresistível po<strong>de</strong>r arranca dos ímpios. Não se diz simplesmente<br />

que saberão que existe Deus; mas está em pauta certo tipo <strong>de</strong><br />

conhecimento, o qual sugere que os pagãos, que antes <strong>de</strong>sprezavam a<br />

verda<strong>de</strong>ira religião, por fim percebem que o Deus que se fez conhecido<br />

na lei, e que foi adorado na Judéia, era o único e verda<strong>de</strong>iro Deus.<br />

Entretanto, ainda se <strong>de</strong>ve ter em mente que o conhecimento em pauta<br />

é meramente aquele <strong>de</strong> um caráter evanescente, sem qualquer raiz<br />

ou seiva viva para nutri-lo; pois os ímpios não se submeterão a Deus<br />

<strong>de</strong> bom grado e cordialmente, porém são atraídos por compulsão a<br />

ren<strong>de</strong>r-lhe uma obediência fingida, ou, sendo por ele refreados, não<br />

ousam irromper-se em franco ultraje. Este, pois, é um reconhecimento<br />

experimental <strong>de</strong> Deus, o qual prostra não o coração, mas é arrancado<br />

<strong>de</strong>les pela força e necessida<strong>de</strong>. O pronome hta, atah, tu, é enfático,<br />

subenten<strong>de</strong>ndo um tácito contraste entre o Deus <strong>de</strong> Israel e todos os<br />

falsos <strong>de</strong>uses que eram o produto da inventivida<strong>de</strong> humana. A oração<br />

equivale a isto: Senhor, fá-los saber que os ídolos que têm fabricado<br />

para si não são <strong>de</strong>uses, e <strong>de</strong> fato nada são. Aqueles que <strong>de</strong>sprezam<br />

a Deus po<strong>de</strong>m <strong>de</strong> fato evitar a luz, e por algum tempo po<strong>de</strong>m envolver-se<br />

em nuvens, ou po<strong>de</strong>m mergulhar nas mais profundas e <strong>de</strong>nsas<br />

sombras <strong>de</strong> escuridão; ele, porém, os persegue e os atrai ao reconhecimento<br />

<strong>de</strong>le, o qual <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong> sepultariam na ignorância. E como<br />

o mundo indiscriminada e <strong>de</strong>sditosamente aplica seu sacro nome a<br />

suas próprias e triviais invenções, tal profanação é corrigida quando<br />

se acrescenta: teu nome Jehovah. Isso significa que existir, ou realmente<br />

ser, é no mais estrito sentido aplicável a Deus somente; pois<br />

embora os incrédulos tentem fazer em pedaços sua glória, ele continua<br />

perfeito e imutável. O contraste do qual tenho falado <strong>de</strong>ve ser mantido<br />

em mente pelo leitor. Jamais existiu uma nação tão bárbara que não<br />

tenha cultuado alguma divinda<strong>de</strong>; porém cada país forjou para si <strong>de</strong>uses<br />

particulares. E embora os moabitas e edomitas, bem como o resto<br />

<strong>de</strong>ssas nações, admitiam algum po<strong>de</strong>r e autorida<strong>de</strong> pertencentes ao

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!